Estes profissionais são mais propensos a sofrer de burnout, diz especialista da Ivy League

Não precisa de odiar o seu emprego para sofrer de burnout. Preocupar-se demasiado com o trabalho também pode ser prejudicial para a saúde mental, afirma Kandi Wiens, especialista da Universidade da Pensilvânia.

 

Para o seu novo livro, “Burnout Immunity”, Wiens entrevistou centenas de pessoas que trabalham em ambientes de elevado stress, incluindo trabalhadores de hospitais, chefes de polícia e executivos financeiros, noticia a CNBC Make it.

E descobriu que as pessoas com maior risco de burnout não são apenas aquelas com empregos exigentes, que adoram realmente o seu trabalho e são motivadas e empenhadas. «Quando se adora o que se faz ou se é motivado por um propósito e se o trabalho tem impacto, é mais fácil envolver-se emocionalmente e esforçar-se em demasia», explica.

Embora identificar-se com o seu trabalho não seja necessariamente mau, torna-o vulnerável ao esgotamento, se isso implicar demasiados sacrifícios pessoais e descurar o seu autocuidado.

A investigação descobriu que o perigo é especialmente elevado em profissões que envolvem “cuidar”, como profissionais de saúde, terapeutas e assistentes sociais, que muitas vezes priorizam as necessidades dos outros e enfrentam longas jornadas de trabalho.

Também se aplica a profissionais que são apaixonados pelo seu trabalho e priorizam as necessidades e objectivos do empregador em detrimento dos seus próprios, observa Wiens. Isto inclui professores, trabalhadores de organizações sem fins lucrativos e donos de pequenas empresas, entre outros profissionais.

É óptimo encontrar um trabalho que o entusiasme, mas esse entusiasmo não deve ditar a sua auto-estima. «Estabelecer e manter limites entre a vida pessoal e profissional pode ajudá-lo a recuperar algum tempo para si e a abrir espaço para outras actividades e relações que lhe trazem alegria”», explica Wiens.

O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é diferente para cada pessoa, mas pode melhorar o seu, estabelecendo limites que protejam o seu tempo, energia, produtividade e bem-estar geral. «Pode reservar um horário de ‘não incomodar’ no seu calendário, programar micro-pausas ao longo do dia de trabalho, negociar trabalhar em casa alguns dias por semana… o que fizer sentido para a sua situação.»

Também pode criar e manter limites emocionais. Wiens sugere reservar algum tempo depois do trabalho — durante a viagem, por exemplo — para meditar, ler, ouvir música, ligar a alguém que ama ou envolver-se numa actividade saudável diferente para criar um “desligamento” do trabalho. Este ritual também pode ajudar a renovar a sua energia emocional após um dia cansativo, acrescenta.

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