Cinco lições inesperadas (e estratégias poderosas) de quatro anos de trabalho remoto

Já passaram mais de quatro anos desde que a pandemia mudou a forma e o local onde os trabalhadores interagem com os seus locais de trabalho. Hoje, convive uma mistura dinâmica de modelos remoto, híbrido e presencial, provando que 2020 mudou permanentemente a visão colectiva sobre o trabalho, a flexibilidade e o talento.

 

Se há algo que os últimos quatro anos ensinaram é que a ideia de que as pessoas precisam de estar no escritório das 9 às 6, de segunda a sexta-feira, para serem produtivas, está ultrapassada. De facto, dados recentes revelam que apenas 16% dos trabalhadores sentem que são mais produtivos no escritório, em comparação com 46% que afirmaram ser mais produtivos em casa.

A mudança para o trabalho remoto provou que as diferenças geográficas já não são limitativas e uma geografia mais ampla permite às empresas aceder a uma maior gama de talentos. Mas este caminho não aconteceu sem algumas lições ao longo do caminho. O Inc.com partilha as cinco mais relevantes.

O trabalho remoto não se trata apenas de ferramentas, mas também de regras

Ferramentas colaborativas como Zoom e Teams ajudaram a manter os colaboradores das empresas ligados, mas as organizações que construíram as “ferramentas e regras” desde o início têm estruturas necessárias e normas culturais internas que ainda hoje estão em vigor.

No caso de empresas que trabalham em vários fusos horários, as ferramentas e as regras são fundamentais, para que os colaboradores não se sintam pressionados a trabalhar em “horários globais” só porque trabalham para uma “empresa global”.

Priorizando fluxos de trabalho e comunicação assíncronos, os membros da equipa que estão a terminar os seus dias podem delegar o trabalho àqueles que estão a começar os seus dias noutras partes do mundo e confiar que será levado para a frente. Isto permite que as equipas sejam produtivas independentemente da localização dos seus membros.

Quando se trata de trabalho remoto, acompanhe os resultados, não as horas

“É mais fácil confiar que as pessoas estão a trabalhar se as pudermos ver fisicamente a trabalhar”, continua a ser uma das várias citações de líderes empresariais que se ouvem frequentemente. Esta dependência excessiva de medidas superficiais de produtividade resulta por vezes em oportunidades perdidas, ineficiências e desequilíbrios entre o trabalho e a vida pessoal dos colaboradores.

O trabalho remoto mudou efectivamente o foco das horas trabalhadas para os resultados alcançados. Esta mudança de prioridade é uma força motriz que leva a uma abordagem de trabalho mais lógica e satisfatória, boa para o negócio e para as pessoas.

Em vez de se concentrar em quantas horas um colaborador passa no escritório, alinhe o seu trabalho com objectivos de alto nível e resultados-chave.

Não tenha medo de adaptar o seu estilo de liderança

Os estilos de liderança não são imutáveis. Para liderar uma empresa remota, é necessário adaptá-lo para um ambiente virtual.

Num ambiente remoto, é fácil sentir uma necessidade de comunicar em demasia para obter uma maior sensação de controlo. A abordagem correcta é a oposta: contrate talentos que estejam alinhados com os seus valores e missão e confie que farão o melhor em todos os momentos.

Para contrariar o instinto de microgestão num ambiente remoto ou híbrido, os líderes devem adoptar estilos de gestão mais solidários e orientados para o coaching. Concentre-se mais em fornecer objectivos claros e remover obstáculos às suas equipas, em vez de ficar a pairar e a enviar mensagens ininterruptas. Faça updates de forma flexível, mas orientada para resultados. Crie o hábito de dar feedback contínuo para que os seus colaboradores saibam onde estão e como estão a fazer.

Remote-first não significa apenas remoto

Existe um equívoco popular de que as empresas que dão prioridade ao trabalho remoto perdem os pontos de contacto humano que acompanham o trabalho presencial. Embora um ambiente de trabalho possa ser prioritariamente remoto, tal não significa — nem deveria — que a sua cultura organizacional exista apenas virtualmente.

Os líderes de uma empresa totalmente remota ou muito dispersa também podem considerar especialmente útil reunir-se uma vez por ano (pelo menos) para reuniões executivas externas, tanto para ter as conversas estratégicas mais complexas como para construir confiança dentro da equipa.

A autodescoberta une-se ao crescimento pessoal

Uma das coisas mais impactantes da revolução do trabalho remoto é a oportunidade de se tornar a versão mais autêntica de si próprio. Os dias de dress code e pressões sociais diminuíram substancialmente. Os trabalhadores remotos podem mostrar-se todos os dias exactamente como são, o que lhes permite explorar o seu estilo pessoal e os seus interesses com mais liberdade.

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