Dilema Matrix: evolução ou estagnação na era digital?
Por Paula Peixoto, directora de Recursos Humanos da Olisipo
No filme Matrix, Neo tem de tomar uma decisão que vai mudar a sua vida: tomar o “comprimido azul” e continuar a viver confortavelmente no mundo que sempre conheceu, ou o comprimido vermelho e mergulhar numa realidade complexa, desconhecida e cheia de possibilidades. No contexto actual da transformação digital, empresas e profissionais enfrentam um dilema semelhante: manter o status quo ou aceitar a necessidade de evolução, vendo o upskilling e reskilling como pilares essenciais para o futuro.
Assim, e no contexto digital, escolher o “comprimido vermelho” significa abraçar a tecnologia e o crescimento contínuo. Se, por um lado, o upskilling permite expandir competências adquiridas e dominar novas ferramentas, por outro, o reskilling promove a adaptação a novas funções. Ambos são elementos necessários para garantir que os profissionais se mantêm actualizados e relevantes num mercado cada vez mais dinâmico.
No entanto, não podemos olhar para este caminho apenas na perspectiva da tecnologia; é necessário falar em pessoas, especialmente se tomarmos em consideração a importância que a diversidade de gerações tem no desenvolvimento de competências. O talento mais jovem, tal como Neo ao sair da Matrix, traz energia para explorar inovações e novas tendências emergentes. Já os profissionais mais veteranos, tal como Morpheus, possuem a sabedoria e a experiência acumuladas, muitas vezes essenciais para interpretar o melhor cenário e tomar decisões mais estratégicas. Juntas, as diferentes gerações criam a sinergia perfeita para enfrentar os novos desafios da era digital nas organizações.
Por exemplo, plataformas digitais, e-learning e outras ferramentas ajudam a criar ambientes onde ambos os grupos podem aprender, colaborar e crescer. A transformação digital prospera quando experiência e energia se encontram, eliminando a ideia de que devemos escolher uma geração em detrimento da outra.
E qual a melhor forma de facilitar este processo? Ter o acompanhamento de especialistas neste sector para ajudar profissionais a escolher o “comprimido vermelho”. Com este apoio é possível identificar as competências e estratégias mais relevantes para o sector e capacitar o talento de forma direccionada para maximizar resultados, garantindo uma alocação rápida e correcta de colaboradores às necessidades e oportunidades específicas das empresas.
Desta forma, upskilling e reskilling são fundamentais para um mercado que não espera por quem prefere ficar na sua zona de conforto. O futuro pertence a quem está disposto a crescer continuamente, adaptando-se às mudanças sem abrir mão do que cada geração tem de melhor para oferecer. A decisão de sair da estagnação e explorar novos horizontes, embora pareça simples, tem implicações profundas e requer resiliência, o acompanhamento certo e uma capacidade constante de se reinventar. Mais do que uma escolha, abraçar este caminho de transformação é a chave para prosperar num sector em constante mudança.