Quatro em cada 10 trabalhadores da geração Z nem pondera um emprego se esta condição não se verificar (e não é trabalho remoto nem salário)

Os trabalhadores da Geração Z estão a considerar deixar os seus empregos ou recusar vagas em potenciais empregadores porque não são “éticos” o suficiente, reporta o The Telegraph.

 

Mais de quatro em cada 10 trabalhadores com idades entre os 18 e os 27 anos recusaram um emprego ou decidiram inclusivamente não se candidatar porque consideraram um empregador “pouco ético”, revela um sondagem da Co-operatives UK, que representa as sete mil cooperativas existentes no Reino Unido.

Quase dois terços da Geração Z afirmam que os valores dos seus empregadores – incluindo credenciais verdes, honestidade e responsabilidade social – são tão importantes como os salários oferecidos. A ligação da geração mais jovem com a ética é tão forte que 42% consideraram demitir-se porque se preocupam com a falta de propósito social do seu empregador. Adicionalmente, nove em cada 10 inquiridos dizem que “se sentem como uma peça numa engrenagem de uma organização sem rosto”.

Rose Marley, presidente executiva da Co-operatives UK, afirma que as conclusões mostram que os menores de 27 anos estão mais preocupados com o ambiente do que com o dinheiro. «A Geração Z quer remodelar o futuro do trabalho, exigindo que as empresas priorizem as pessoas, o planeta e o propósito em detrimento do lucro puro. Os mais jovens querem que o seu trabalho tenho significado e impacto. Ambicionam um mundo melhor – e claramente querem fazer algo a esse respeito».

A Geração Z refere que um bom equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, a remuneração, a integridade do empregador e o impacto na comunidade local são factores importantes na escolha de uma empresa para trabalhar.

As conclusões, recolhidas junto de mil inquiridos, vêm reforçar as preocupações de que os empregadores terão ainda mais dificuldades em encontrar trabalhadores com a combinação certa de qualificações, experiência e motivação para impulsionar a produtividade e o crescimento.

Tudo isto no meio de uma queda nas contratações, uma vez que o orçamento recorde de aumento de impostos do Governo no final de Outubro abalou a confiança empresarial.

Segundo a Recruitment and Employment Confederation, o boom de contratações pós-pandemia terminou. Cerca de 13% dos jovens dos 18 aos 24 anos estão desempregados, segundo dados oficiais, o nível mais elevado em quase uma década, excepto na pandemia.

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