![](https://hrportugal.sapo.pt/wp-content/uploads/2019/11/desigualdade-1.jpg)
ACT notificou 4000 empresas para apresentarem plano sobre diferenças salariais
A Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) notificou cerca de 4000 empresas que terão de apresentar um plano de avaliação das diferenças remuneratórias entre homens e mulheres, anunciou a inspectora-geral.
«Abrangemos 4000 entidades empregadoras. O processo está a decorrer e as empresas têm 120 dias para elaborar o plano», adiantou Maria Fernanda Campos no parlamento, onde foi ouvida na subcomissão para a igualdade e não discriminação da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.
Segundo referiu, esta nova acção inspectiva de âmbito nacional arrancou em Janeiro, depois de uma primeira que decorreu em anos anteriores, e constitui uma «óptima oportunidade para todas as empresas olharem para a política salarial» que praticam e fazerem uma avaliação das eventuais diferenças remuneratórias.
A primeira inspeção iniciou-se em 2023, com a notificação de cerca de 1500 empresas, abrangendo um total 270 mil trabalhadores, referiu Maria Fernanda Campos, ao salientar que, no âmbito deste processo, a ACT notou «uma grande preocupação dos empregadores e seus representantes com esta matéria».
«As infracções não foram significativas e foram em aspectos muitos concretos», adiantou ainda a inspectora-geral da ACT, apontando que foram identificadas 45 infracções por falta de apresentação do plano de correcção das diferenças salariais, 34 por falta da implementação do plano e seis por falta de comunicação dos resultados da implementação do plano.
A selecção das empresas notificadas é feita através do tratamento do relatório único que todas são obrigadas a entregar em Abril à administração do trabalho.
Segundo a ACT, as entidades empregadoras abrangidas na acção inspectiva nacional referente à igualdade remuneratória entre mulheres e homens por trabalho igual ou de igual valor, apresentaram, em 2021, um valor mediano do gender pay gap (GPG) ajustado do valor ganho de 7,80%, que decresceu para 4,99% em 2023.
Com esta nova acção inspectiva nacional, a autoridade pretende dar continuidade à verificação e controlo do cumprimento legal em matéria da igualdade salarial entre mulheres e homens, condição que considera necessária para um ambiente de trabalho saudável e seguro para trabalhadores e empresas.
Em 2018, foi aprovada uma lei para a promoção da igualdade remuneratória entre mulheres e homens por trabalho igual ou de igual valor, mas que só entrou em vigor após a pandemia COVID-19.
Na prática, o diploma obriga empresas à apresentação de um plano de avaliação das diferenças de remuneração detectadas na informação que têm de prestar e após serem notificadas pela Autoridade para as Condições de Trabalho.
As empresas incumpridoras ficam sujeitas a contraordenações graves e podem ficar privadas de entrar em concursos públicos.