As organizações do futuro
A transformação digital está a mudar e melhorar a forma como empresas e organizações funcionam. É fundamental que, a par com a transformação digital, exista também uma transformação na forma como os recursos humanos são geridos.
Por Miguel Pina Martins, fundador e CEO da Science4you
Empresas em todo o mundo estão a adoptar a tecnologia com o propósito de melhorarem o seu desempenho, aumentarem o alcance e garantirem mais e melhores resultados. A tecnologia passa a ter um papel central, torna-se fundamental naquilo a que se designa hoje em dia como as organizações do futuro.
Paralelamente à forma como o negócio é desenvolvido, em que assumidamente existe um grande foco tecnológico, a forma como os recursos humanos das organizações do futuro funcionam também está a evoluir.
Na típica organização empresarial, é um facto que as hierarquias estão organizacionalmente definidas, com chefias e burocracias que por vezes podem atrapalhar e atrasar o próprio desenvolvimento da organização. É por isso fundamental que, a par com a transformação digital, exista também uma transformação na forma como os recursos humanos são geridos.
Uma organização do futuro, para ser bem-sucedida, deve romper com as hierarquias rígidas e processos burocráticos, para uma gestão onde são os próprios colaboradores a controlarem, de forma responsável, a forma como o seu trabalho é gerido. E um propósito comum bem definido, a par com um ambiente ‘saudável’, onde existe um sentimento de pertença e o local de trabalho é efectivamente a extensão do nosso lar.
Mudar as tradicionais práticas de gestão não é uma tarefa fácil quando falamos de organizações que há muitos anos utilizam o mesmo modelo organizacional. Mesmo em empresas mais jovens, onde a idade média dos profissionais ronda os 30 anos, como é o caso da Science4you, pode não ser simples. O pensamento comum é: se está a correr bem, porque devo mudar?; quando, na verdade, deveria ser ‘O que posso fazer para tornar a minha empresa ainda melhor?’
A capacidade e exemplo de autogestão deve, portanto, partir da pessoa que tradicionalmente controla, coordena e centraliza as decisões, e que, desta forma, deverá, de forma evolutiva, apresentar uma ruptura com essa prática. O gestor máximo de uma organização deixa de ser uma pessoa, e todos passam a ser responsáveis pelo trabalho desenvolvido. Com isto, o propósito da organização também muda, e evolui do objectivo ‘lucro’ – fundamental para o sucesso e sustentabilidade – para algo maior. As pessoas querem deixar uma marca, contribuir para algo maior. Esta é também uma característica bastante comum da geração millennial.
Por fim, acredito que as organizações do futuro devem ter como preocupação todo o ambiente que envolve o trabalho e a forma como o profissional desenvolve as suas tarefas. É fundamental que o colaborador se sinta bem, confortável, em casa.
Com tudo isto em prática, creio que uma parte significativa do sucesso das organizações do futuro está assegurado.
Este artigo foi publicado na edição de Novembro da Human Resources.
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