A ascenção da Gamification

A Novabase Academy  ajudou a fortalecer o Employer Branding da empresa junto das universidades e a criar ciclos de inovação com o Design Thinking e a Gamification.

 

 

A Novabase Portugal tem um programa de recrutamento nas universidades, a Novabase Academy, há cerca de 10 anos.

Em entrevista, Pedro Crespo, o  formador responsável pela Academia, partilha o seu posicionamento, as diferentes fases, o papel da gamificação, as prioridades e as preocupações, entre outros vários temas.

Como surgiu a ideia da criação da Novabase Academy?

A ideia surgiu de duas necessidades claras: reforçar a imagem da Novabase enquanto empresa para começar e crescer, apoiando os recém-graduados na sua tomada de decisão; e ajudar os nossos trainees numa melhor integração na empresa, fazendo-os viver uma experiência muito próxima da vida real.

Como se traduz o posicionamento da Novabase Academy?

“Faz-te à Vida” é a nossa assinatura. Porque somos a primeira porta que se abre para o início da sua vida profissional, a primeira porta daquela que será a sua carreira. É nesta altura que é suposto ajudar a responder a questões que a maior parte dos estudantes têm – começar já a trabalhar ou aprofundar os estudos, uma empresa grande ou uma boutique, Portugal ou estrangeiro, etc. O nosso roadshow é sempre muito centrado nos estudantes, nas suas necessidades, nas suas dúvidas.

Descreva-me as diferentes fases da Academia.

A Academia tem duas fases distintas: o recrutamento e a integração. No recrutamento, que acontece ao longo de todo o ano, os recém-graduados candidatam-se, e são posteriormente chamados para fazerem testes psicométricos e de aptidões básicas de informática. Depois, passam por um conjunto de entrevistas com elementos mais seniores dos vários negócios que poderão vir a integrar e, mais tarde, são convidados a integrar a Novabase.

Depois de já estarem dentro da empresa, os trainees juntam-se ao nosso programa de integração que dura 3 anos. Começa com um internato de 2 semanas, onde são postos à prova num ambiente muito próximo da realidade que vão encontrar em projecto, e depois são integrados em equipas nas unidades de negócio. Nessa altura, recebem formação técnica específica e são acompanhados por um Personal Trainer durante o período inicial de crescimento. A aposta e o investimento na carreira destes jovens é contínua, quer através do programa de formação interno – Novabase Campus – quer pelo acesso a uma rede de colaboração em que a Novabase tem como parceiros os maiores nomes do mundo da Tecnologia e Soluções de Negócio.

Desde que existe, já colocou mais de mil colaboradores, na empresa. Que balanço faz destes 10 anos?

Os trainees abrangidos pelo programa são já mais de mil. O balanço é extremamente positivo. Há 10 anos poucos alunos universitários conheciam a Novabase, mas hoje a situação é diferente. Só por isso o balanço é tremendo. Depois, o que temos visto, é que muitos dos jovens se juntam a nós muito devido ao Novabase Academy e à forma como nos preocupamos com o seu arranque profissional.

Quanto aos formadores, a equipa varia e tem contado com ex-academistas ao longo dos anos.

Que outros resultados já alcançaram?

A Academia tem sido muitas vezes associada a áreas de inovação dentro da Novabase.

A título de exemplo, logo nos primeiros dias, todos os nossos trainees recebem formação em Design Thinking, permitindo-lhes abordagens mais criativas na criação de soluções. Esta abordagem é colocada logo em prática na primeira semana de internato, quando têm de idealizar e implementar uma app em apenas 12 horas.

Que tipo de pessoas vão buscar às universidades?

Recém-graduados maioritariamente de Engenharias, Tecnologias de Informação, Matemática e Gestão, mas também com formação noutras áreas como Design ou Ciências Sociais.

A que universidades está associada a Academia?

O nosso roadshow passa por 7 universidades – IST, FCT-UNL, ISCTE, UCOIMBRA, UAVEIRO, FEUP e ISEP – mas acabamos por participar numa série de eventos académicos em muitas outras.

Criado inicialmente com o propósito de ser anual, hoje é um projecto de recrutamento com que cadência? O que prevêem para o ano?

O roadshow é anual e tem lugar entre Abril e Maio, mas o programa de recrutamento decorre todo o ano em função das necessidades de negócio. Nos últimos 3 anos temos integrado 5 grupos por ano: 3 em Portugal, 1 em Angola e 1 em Moçambique.

No ano passado foram atingidos os objectivos?

Claramente.

E quais os objectivos definidos para o próximo ano com a Academia?

Actualmente os nossos objectivos são claros: manter uma desejabilidade alta entre os potenciais candidatos e conseguir integrar os melhores alunos das melhores universidades. À medida que vamos tendo necessidade de integração de pessoas, conseguir rapidamente identificá-las e recrutá-las é o nosso maior objectivo, renovando e aumentando permanentemente as nossas equipas.

Desde há 2 anos, que decidiram trazer para as academias a Gamificação. Como surgiu a ideia?

Surgiu da necessidade de reinventar constantemente o programa, integrando uma tendência internacional directamente na sua construção. Por outro, para aumentar o traço continuado de envolvimento de todos os trainees com o programa.

Como foi concretizada a Gamificação da Academia?

Foi um processo gradual. Primeiro reavaliaram-se os objectivos para o programa, depois olhámos para os nossos “player types” – que tipo de trainees estamos a integrar neste programa, com que expectativas e com que perfis – e por fim definimos comportamentos esperados. Com base nisso, foram identificadas uma série de dinâmicas de jogo, foi definida uma narrativa envolvente, e a partir daí foi sempre a evoluir o modelo de “In the Land of Kroilon”.

Quem integra a Novabase Academy entra neste reino de fantasia juntamente com uma equipa de “guerreiros” que tem uma missão para cumprir. Quando chegam é-lhes entregue um mapa, são definidos papéis e decidida a estratégia. Depois é ir adaptando a estratégia para escolher o melhor caminho e ir ultrapassando os muitos desafios que lhes vão surgindo, uns mais colaborativos outros individuais.

Até este momento já tivemos 6 sessões gamificadas e o feedback que temos dos nossos trainees é fantástico.

Qual o balanço da gamificação?

Na Novabase temos uma comunidade, criámos a nossa própria metodologia e formámos já perto de 60 pessoas na mesma, estando planeado formar mais 100 em 2017.

E como está a ser aceite pela Geração Y?

Estas técnicas têm uma vantagem para as novas gerações que é o imediatismo. Recebem feedback instantâneo, permite-lhes colaborar e competir em simultâneo e serem recompensados de forma muito rápida.

Enquanto responsável da Academia, quais são as suas preocupações e desafios actuais?

Como reinventar o programa continuamente sem perder de vista os objectivos do negócio e como tirar mais partido de dinâmicas de jogo mais evoluídas – a Gamificação 2.0.

Que prioridades tem traçadas?

Neste momento criámos uma app com um conjunto de trainees para gerir todo o programa de forma muito mais interessante. Foi uma iniciativa que tivemos de, em 24h, juntar 20 trainees e desenvolver inhouse uma solução para os participantes no “In the Land of Kroilon” interagirem com o programa e com os gamemasters. Com esta solução pronta a entrar em produção já na próxima academia, atingimos um ponto de sofisticação e envolvimento com os participantes que é muito recompensador.

“In the Land of Kroilon” já apareceu no mapa mundial de projectos de Gamification e esteve na short list para ser apresentado no congresso mundial em Madrid. No próximo ano queremos lá estar, claro.

Quais as principais tendências no vosso sector para este tipo de projectos? Tencionam acompanhar as tendências?

As empresas querem intensificar a sua ligação a clientes e aos seus próprios colaboradores. As campanhas tradicionais de loyalty para clientes ou de motivação para colaboradores estão a ficar desgastadas, esbatidas, e a Gamification proporciona um modo fresco de restabelecer essas conexões. Sobretudo nas áreas de customer engagement, customer relationship management e digital transformation existe uma cada vez maior necessidade de humanizar a relação entre empresas e pessoas e a Gamification estimula essas ligações. O que temos procurado é ter muito cuidado para que a Gamification não seja usada para disfarçar um mau produto ou solução que o cliente possa ter – temos de o ajudar os clientes a desenvolver o que chamamos human centric solutions, porque é esse o ADN que temos vindo a incorporar na Novabase através do Design Thinking e da Gamification.

 

Testemunhos dos colaboradores:

Sara dos Santos Gil

Participar na Novabase Academy, permitiu-nos experienciar o “trabalhar em equipa para um objectivo comum”. Permite-nos também trocar de papéis e colocarmo-nos no papel dos vários intervenientes que constituem um projecto, o que nos ensina qual a melhor forma de lidar com as diferentes personalidades e skills dos vários membros da equipa.

Também gostei da experiência da Gamificação, achei-a bastante enriquecedora. Embora o conceito de pontuar/premiar os melhores desempenhos a vários níveis não seja algo novo, aplicá-lo a uma realidade deste género, é bastante inovador.

 

Stéphanie Amatie

A Novabase Academy foi uma grande descoberta no que diz respeito às dinâmicas de grupo. As noções que tirei dessas duas semanas de formação serão, na minha opinião, fundamentais para a minha vida profissional. No caso da Gamificação, conceito que não conhecia, foi uma metodologia de passagem de conhecimento muito mais eficaz do que se me tivessem tentado passar frases escritas em slides ou conceitos ditados por um formador. Para além disso, todos os momentos de teambuilding foram conduzidos de forma muito divertida e a interacção com o formador nesses momentos teve um enorme impacto no meu processo de aprendizagem, contribuindo até inesperadamente para o meu enriquecimento.

 

André Martins Silva

A Novabase Academy, pela forma como está estruturada, enquadra-se perfeitamente nas funções e desafios diários dos consultores da Novabase. Desde a fase inicial em que não se conhecem os colegas, passando por desafios de equipa constituídas sempre por pessoas diferentes, até à partilha de experiências e de conselhos, que nos é transmitido o que de melhor se pratica na empresa. Desde o final da Academy já pude constatar que, todos os ensinamentos que recebemos no início da jornada se aplicam diariamente ao lidarmos com equipas e colegas novos, com clientes e com desafios inesperados.

A experiência da Gamificação da Novabase Academy foi uma agradável surpresa. O Pedro Crespo conseguiu transformar uma extensa formação num jogo complexo. Um Role Playing Game coletivo, que se foca na capacidade de trabalhar em equipa e de pensar de forma diferente. Foi uma experiência de integração bastante enriquecedora, a nível pessoal e profissional, que não hesitaria em repetir.

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