A boa prática de valorizar a saúde no trabalho
Desde sempre ouvimos “o importante é crescer com saúde”! E na verdade renovamos esse mesmo desejo, como princípio básico e essencial para alcançar todos os demais anseios de um novo ano.
Por Cristina Pereira, membro da Direcção Nacional da Ordem dos Psicólogos Portugueses
Por sua vez, crescer remete-nos para um processo contínuo, onde o trabalho é também palco e espaço de um compromisso com a nossa saúde física e psicológica.
As mudanças no mundo do trabalho, promovidas pelas transformações socioeconómicas, o aumento da incerteza e da instabilidade laboral, o aumento da carga e do ritmo de trabalho, as inseguranças causadas pela imprevisibilidade, entre outras, viram nesta pandemia um desafio acrescido à tradicional organização do trabalho, gerando novas oportunidades, funções e formas de trabalhar, mas também novos riscos e exigências.
Se por um lado a saúde psicológica tem sido enaltecida, neste período de grande desafio, também a saúde ocupacional mereceu uma tónica reforçada pelas adaptações velozes, mas determinantes, na manutenção de postos de trabalho, tendo elevado a saúde no trabalho a tema de saúde pública.
É talvez por isso, ou este possa ser o momento, para uma valorização da segurança, saúde e bem-estar do trabalhador. Urge distinguir as organizações que valorizam os trabalhadores enquanto pilares fundamentais da produtividade e do desenvolvimento profissional, pela implementação de estratégias de prevenção e intervenção nos riscos psicossociais e de actividades de promoção do potencial criativo dos seus trabalhadores e da organização.
Estando a produtividade dos colaboradores dependente da sua saúde física e mental, é de extrema importância que as organizações reconheçam os factores que têm influência neste contexto, assumindo-se enquanto local de trabalho saudável.
A premissa de que “somos o que fazemos” leva-nos a lembrar que é no trabalho, e do trabalho, que concebemos a nossa identidade assim como o alcançar de uma série de objectivos a par da segurança, pelo que é cada vez mais importante garantir condições de trabalho justas, seguras e saudáveis, permitindo às pessoas trabalhar durante mais tempo e aposentar-se em boas condições de saúde.
Pese embora a existência de diplomas legais específicos que abordam os fatores de risco e/ou os riscos psicossociais em contexto de trabalho, as melhorias na organização e gestão do trabalho poderão potenciar ambientes psicossociais adequados contribuindo para organizações mais saudáveis com condições de trabalho seguras, estimulantes, satisfatórias e agradáveis que, paralelamente, fomentem a produtividade, a inovação fortalecendo a sua competitividade e sustentabilidade.
A distinção de casos de excelência deve sobretudo suscitar e motivar o desenvolvimento de ações de mudança no tecido organizacional português, assente na generalização das boas práticas, no que diz respeito à segurança, à saúde e ao bem-estar ocupacional.
Este contributo da Ordem dos Psicólogos Portugueses, espelhado pela atribuição de Prémio e Selo, é resultado da parceria com a Autoridade para as Condições do Trabalho e com a Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho, assumindo hoje esta distinção um espaço singular, enquanto estímulo e disseminação a melhores orientações e práticas de gestão (de pessoas) que promovam o bem-estar e a saúde mental nos locais de trabalho.
Enquanto estímulo e disseminação das melhores orientações e práticas de gestão (de pessoas), a Ordem dos Psicólogos Portugueses convida-o/a a apresentar candidatura, até ao próximo dia 18 de Fevereiro, podendo obter toda a informação e apoio através do link https://maisprodutividade.org/healthyworkplaces/ .