A comunicação interna como aliada de todas as áreas da empresa
A comunicação interna assume um papel fundamental nas organizações e, para que possa cumprir o seu propósito, é indispensável que esteja alinhada com os objectivos estratégicos da empresa.
Na Generali Tranquilidade, a comunicação interna é um espelho das ambições da empresa e age como embaixadora desses mesmos objectivos, fomentando-os junto dos colaboradores e mantendo as pessoas envolvidas nesse caminho. Para melhor conhecer a área de Comunicação Interna da Generali Tranquilidade, a Human Resources falou com Ana Rita Loução, directora de Recursos Humanos & Organização da Generali Tranquilidade.
Quais os objectivos a que se propõe a área de Comunicação Interna da Generali Tranquilidade no presente ano?
A comunicação interna é um processo contínuo, um organismo vivo, e tem sido chave na construção da cultura organizacional que temos hoje. Para 2024 existem três grandes desafios que a companhia tem em mãos e que se vão reflectir nesta área:
O rebranding, que foi tornado público no dia 6 de Março e no qual a comunicação interna desempenha um papel absolutamente indispensável para envolver os colaboradores nesta nova identidade;
A integração da Liberty Seguros, que após a aquisição pelo Grupo Generali, em Fevereiro, deverá acontecer até final do ano, é um processo altamente desafiante, que envolve toda a organização. A comunicação interna está, desde a primeira hora, a trabalhar para manter as pessoas informadas e envolvidas em mais uma grande mudança na nossa empresa.
A contínua construção de uma cultura única enquanto Generali Tranquilidade, que queremos cultivar junto das nossas pessoas, para que seja algo em que acreditam e da qual se sentem parte. Sempre que recebemos novos colaboradores queremos que se sintam parte integrante da nossa cultura, e por isso este desafio tem sempre um espaço muito importante na nossa estratégia.
De que forma trabalham para personalizar a informação veiculada de acordo com os diferentes perfis de colaboradores e quais os canais utilizados?
Felizmente somos uma organização que tem o privilégio de ter quatro gerações a trabalhar lado a lado, e por isso, temos perfis de colaboradores muito diversos, pelos interesses pessoais, presença territorial ou pelo tipo de funções que desempenham. Daqui resultam diferentes necessidades de comunicação, que procuramos integrar de forma a chegar a todos.
Nalgumas temáticas, a personalização é indispensável. Numa organização tão dinâmica há assuntos mais importantes para uns e menos para outros e, quando assim é, procuramos ser cirúrgicos na comunicação com o público-alvo. Noutros casos, ainda que o tema possa ser do interesse particular de um grupo, comunicamos para todos, por considerarmos que é importante toda a gente estar informada.
Temos também apostado em explorar novos canais de comunicação interna. Acreditamos que uma maior oferta de canais se traduz em mais oportunidades de impactar os colaboradores e passar as principais mensagens.
Além dos canais mais tradicionais, como é o caso da intranet, email e TV corporativa, recorremos também a SMS e a formatos offline, nos edifícios. Lançámos recentemente, por exemplo, a TV Teams, que replica os conteúdos da TV corporativa num separador integrado no Teams, permitindo a todos os colaboradores, independentemente de onde estejam, verem e interagirem com estes conteúdos.
Que tipo de conteúdos são veiculados nos canais de Comunicação Interna da Generali Tranquilidade?
Além da diversificação dos formatos temos também vários conteúdos para diferentes momentos, procurando abranger diferentes públicos: conteúdos mais lúdicos, outras vezes mais informativos, conteúdos para sensibilização e envolvimento das pessoas em iniciativas da companhia, entre outros.
Apostamos muito na divulgação de conquistas internas das várias direcções e projectos, para celebrarmos juntos os nossos sucessos. Partilhamos também novidades a nível do Grupo, falamos de novos produtos, da presença da Generali Tranquilidade em eventos e na imprensa, lançamos passatempos para espectáculos, festivais e encontros desportivos, assinalamos efemérides e promovemos a sensibilização com iniciativas de diversidade, equidade e inclusão, e sobre bem-estar.
A título de exemplo, recentemente assinalámos o Dia da Mulher com curiosidades e factos históricos sobre os direitos das mulheres, impressos em invólucros de chocolates que distribuímos pelos edifícios. Em 2023, no dia mundial da Síndrome de Down, juntámos os colaboradores para um lanche promovido pelo Café Joyeux, que emprega e forma pessoas com dificuldades intelectuais e de desenvolvimento, como forma de sensibilizar para esta temática. Já em Junho do mesmo ano celebrámos os Santos Populares, como manda a tradição: com um arraial, comida típica e muita música portuguesa.
Procuramos diversificar estas iniciativas, sempre com um propósito maior de promover os valores da empresa, o nosso empenho em causas sociais e, culturalmente, um ambiente de trabalho descontraído, que acreditamos que mantém os colaboradores motivados.
Tendo em conta as grandes transformações que o mercado atravessou nos últimos anos, o que mudou na forma como se comunica internamente na Generali Tranquilidade?
Além da natural tendência evolutiva que sentimos enquanto organização devido às dinâmicas sociais, políticas e económicas que impactam a forma como as empresas se posicionam no mercado e como comunicam com os seus consumidores, enquanto organização também são várias as transformações internas que temos vivido desde 2016, com a integração da Açoreana e mais tarde com a aquisição da Tranquilidade pela Generali, em 2020.
Os desafios da cultura organizacional inerentes a este tipo de processos são sempre complexos e em paralelo vivemos uma pandemia, que criou alguns obstáculos e nos obrigou a repensar os conteúdos, as formas e canais que utilizamos.
A integração da comunicação interna na área de recursos humanos foi um movimento que também veio dar resposta a esta adaptação a um novo contexto cultural. Apesar de serem áreas muito distintas, acredito que têm de trabalhar de forma próxima, lado a lado, para garantir um tom e uma mensagem coerentes que respondam às necessidades dos colaboradores e da organização, garantindo a estabilidade e um bom ambiente capazes de nos proporcionarem melhores resultados. A comunicação interna é, sem dúvida, uma aliada não só dos recursos humanos, mas de todas as áreas da organização.
De que forma é recolhido o feedback dos colaboradores e como é tratada esta informação por parte das equipas de Comunicação Interna?
O feedback dos colaboradores é muito importante para avaliar o caminho que temos feito e ajuda-nos a repensar ou adaptar as nossas iniciativas.
Além de fazermos questionários de satisfação para todas as iniciativas que promovemos, o Grupo Generali tem muito activa esta cultura de feedback: são promovidos questionários anuais – os Pulse Surveys – para recolha de insights sobre várias dimensões (modelo de trabalho flexível, lideranças, estratégia, digitalização, etc.). Em 2023, na última edição, a taxa de resposta de Portugal foi de 96%, um valor que me deixa particularmente orgulhosa. Adicionalmente, de três em três anos lançamos um questionário mais profundo, o Generali Global Engagement Survey, focado na experiência do colaborador.
Os resultados destes surveys são sempre excelentes indicadores, que nos mostram o que estamos a fazer bem, mas acima de tudo, onde temos espaço para melhorar, quer na comunicação interna, quer nas restantes áreas da organização. Com base no feedback, procuramos soluções que possam dar resposta às lacunas encontradas e “arregaçamos as mangas” para as fazer acontecer.
Procuramos também manter uma relação de proximidade com as pessoas através das nossas sessões “Let’s Talk”, onde a equipa de recursos humanos reúne com as várias equipas da empresa numa conversa aberta e informal, com o principal objectivo de recolher feedback e de esclarecer dúvidas.
Quer dar alguns exemplos de projectos de Comunicação Interna com particular destaque no último ano?
O ano passado foi um ano bastante “cheio”. Lançámos várias iniciativas vinculadas ao nosso programa de cultura organizacional, como foi o caso dos pequenos-almoços com membros da nossa Comissão Executiva, ou as Insurtech Breaks, onde explorámos o papel da tecnologia nos seguros e o nosso percurso na transformação digital.
Apoiámos a divulgação de vários projectos estratégicos da empresa através das nossas Sessões de Foco, presenciais e em livestream, onde damos palco aos colaboradores e convidamos as equipas a dar voz aos seus projetos, partilhando-os com toda a companhia.
Em 2023 também criámos uma rubrica para dar mais propósito às vindas dos colaboradores ao escritório. O “Nem sabes o que perdes” foi uma forma de comunicarmos os eventos da agenda de forma criativa. Tivemos, por exemplo, o Mês do Bem-Estar, com massagens no escritório, sessões sobre vários temas como sono, stress e emoções, etc., ou o Almoço Equilíbrio, onde oferecemos saladas aos colaboradores para promover uma alimentação saudável. Promovemos uma semana de sensibilização sobre aprendizagem e outra sobre compliance. Trouxemos bolas de berlim e gelados para aproveitar o verão no escritório, celebrámos os anos de dedicação dos nossos colaboradores mais antigos (+25 anos de antiguidade) e terminámos o ano a comemorar a época festiva com um calendário repleto de iniciativas de envolvimento com os colaboradores, sob o mote “O Natal é onde e quando nós quisermos”, onde aproveitámos para assinalar a festividade com tradições e iguarias de várias origens, uma forma de abraçarmos a diversidade também nesta época do ano.
A Comunicação Interna pode servir como uma ferramenta para atrair e reter talento?
Sem dúvida. Aliás, o facto de a área de comunicação interna compreender ainda as funções de Employer Branding tem estreita relação com a atracção e retenção de talento. A marca empregadora assume hoje um papel fundamental no posicionamento das empresas no mercado. Queremos estar no top of mind das pessoas enquanto marca, mas também enquanto empregadores. Queremos desmistificar o ambiente do sector segurador e mostrar como é fazer parte de uma empresa como a Generali Tranquilidade. Apesar de haver um trabalho externo a fazer, é preciso começar internamente e contar com os nossos colaboradores enquanto embaixadores, sendo a comunicação interna absolutamente indispensável nesta ambição.
Quais as grandes tendências de futuro na área da Comunicação Interna?
Acredito que a comunicação interna terá sempre um papel fundamental na promoção de uma cultura organizacional forte. Terá em mãos o grande desafio que é competir pela atenção dos colaboradores face aos inúmeros estímulos e informação que está constantemente a circular na nossa sociedade: notícias, conteúdos nas redes sociais, etc.
A segmentação poderá ser uma tendência importante e admito que a dinâmica de gamification também possa vir a ter um espaço maior na interacção com conteúdos. A Inteligência Artificial, assim como está a acontecer em muitas outras áreas, tem também caminhos para explorar na comunicação interna. É também aqui que acredito que a comunicação interna e as iniciativas culturais dentro das organizações ganham um papel ainda mais importante, o de aproximar e envolver as pessoas de uma forma que as “máquinas” não podem replicar.
Este artigo faz parte do Especial “Comunicação Interna” publicado na edição de Abril (n.º 160) da Human Resources.
Caso prefira comprar online, tem disponível a versão em papel e a versão digital.