A maioria das empresas vai aumentar os salários este ano e 40% tenciona subir os valores acima da inflação

Este ano, 98% das empresas vão aumentar os salários, com 40% a tencionarem fazê-lo acima do nível da inflação; 41% ao mesmo nível e 18% abaixo da evolução média dos preços. Os dados são do estudo “2024: O que vai mudar na Gestão de Pessoas”, elaborado pela Cegoc e pela Neves de Almeida, que antecipa as tendências na gestão de pessoas.

A prevalência do aumento dos salários superior à inflação é homogénea, com uma variação entre os 34% nas Grandes Empresas e os 47% nas Grandes com mais de mil colaboradores.

Determinante para a tendência de robustecimento das equipas é, naturalmente, a aposta no recrutamento. Cerca de metade das empresas (47%) pretende aumentar esse investimento, sendo que, dessas, 67% preparam-se para contratar efectivamente mais este ano.

Já 39% calculam fazer igual investimento nesta área e 14% indicam que irão recrutar menos pessoas do que em 2023. O sector financeiro é aquele em que mais empresas (56%) projectam reforçar os seus quadros. O valor mais alto registado no recuo na contratação não ultrapassa os 23% e ocorre na indústria.

O estudo mostra também que 67% das empresas pretendem aumentar a aposta nesta ferramenta de conhecimento, com retalho, turismo e serviços profissionais a apresentarem cifras mesmo muito elevadas, respectivamente, 85%, 86% e 88%. Neste particular, e entrando nas áreas específicas de formação, os CEO privilegiam as áreas comportamentais e os DRH a liderança.

E quase três quartos das empresas (73%) prevêem que o seu negócio cresça em 2024, enquanto somente 7% estime uma contracção da actividade (os restantes 20% consideram que o nível será mantido). A tendência é registada nos 10 sectores abordados pelo estudo, com um intervalo de crescimento que varia entre os 50% (sector público) e os 86% (turismo e também saúde e farmacêutico). A confiança no progresso do seu negócio é também transversal à dimensão das empresas, segundo as categorias predefinidas pelo estudo: Pequenas (40%); Médias (72%); Grandes (78%) e Grandes com + de 1000 colaboradores (69%).

O estudo, que auscultou empresas de 13 sectores (dos quais a indústria, com 27%, é a mais representativa), constatou também a enorme importância que as práticas ESG (Environmental, Social and Governance) assumem hoje na vida destas organizações. 98% pretendem, já este ano, investir mais nesta vertente transversal a todos os sectores da vida das empresas.

Quando colocadas, em termos de aposta, sob o ponto de vista comparativo com as outras áreas de desenvolvimento, estas práticas surgem em 1.º lugar em quase todas as dimensões das empresas (a excepção são as Pequenas), assim como entre os CEO. Exemplo das políticas de ESG seguidas, a Diversidade e Inclusão (o reforço da sua promoção) é apontada como objectivo por 55% das empresas (86% no turismo, onde esse valor é mais substancial).

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