A primeira Inteligência Artificial que gera textos em português sobre qualquer tema já está disponível. E chama-se Albertina

Albertina foi o nome escolhido por investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL) e Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) para o primeiro modelo de Inteligência Generativa, que permite produzir textos com vários temas, de forma autónoma tanto nas variantes europeia e brasileira da língua portuguesa, avança o Expresso.

 

Desde a estreia, na sexta-feira, até esta segunda-feira, a Albertina já foi descarregada 33 vezes. Este é apenas o primeiro módulo. Em Julho, o projecto deverá ficar concluído com um segundo módulo conhecido por GPT-PT, que será grátis, à semelhança da Albertina.

De acordo com a publicação, a Albertina chega com a expectativa de abrir caminho a ferramentas similares ao ChatGPT, que foi criado a partir dos GPT produzidos pela OpenAI (GPT 3.5, ou mais recentemente GPT 4).

O projecto foi desenvolvido no âmbito do consórcio Accelerate.AI, que recebeu 35 milhões de euros para o desenvolvimento de diferentes projectos, ao abrigo do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR). Na Inteligência Artificial Generativa, o Accelerate.AI prevê o desenvolvimento de um codificador e de um descodificador. O codificador é a Albertina. O descodificador é o já mencionado GPT-PT que há-de sair em Julho pelas mãos dos investigadores da FCUL.

Ambos podem fazer as mesmas coisas, mas enquanto a Albertina requer treinos mais intensivos e especializados em diferentes temáticas, o GPT-PT tem apenas um treino mais básico que lhe permite adaptar-se mais facilmente a qualquer temática para produzir textos de forma autónoma, com margens de erro menores.

Segundo a publicação, a Albertina exige mais treino por estar assente numa rede neuronal de menor dimensão. Em contrapartida, o GPT-PT tem uma rede neuronal maior e mais complexa e, por isso, aprende mais rapidamente a produzir dados.

A Albertina está assente numa rede neuronal artificial que, como o nome indica, pretende funcionar da mesma forma como os neurónios se interligam. Dentro de um cérebro, essas interligações são feitas por sinapses, mas num GPT são conhecidas por «parâmetros». Estes parâmetros mais não são do que valores estatísticos que definem como é que um GPT vai passar a interpretar o mundo – ou pelo menos, quais as abordagens que vai seguir para o processamento da informação.

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