Acha que (não) é bom no que faz? Verifique estes seis sinais e tire as dúvidas

Muitas vezes os colaboradores não recebem o reconhecimento ou o feedback que desejam da sua chefia, afirma Michael Doolin, CEO da Clover HR e antigo director de Recursos Humanos da PwC, British Airways e DPD. E partilha com o Business Insider os sinais que os profissionais podem procurar que mostram que são bons no seu trabalho.

 

Após 36 anos em Recursos Humanos, o especialista revela que se aprendem algumas coisas sobre as pessoas. «Acho que 50% da força de trabalho faz um bom trabalho e simplesmente quer um “Obrigado” no final do dia. Muitos empregadores não conseguem aperceber-se de que o simples reconhecimento pode ajudar muito a manter os profissionais envolvidos.»

Os colaboradores nem sempre sabem em que ponto estão no que diz respeito ao seu desempenho. Pessoas ambiciosas e focadas na progressão vão procurar reconhecimento diariamente. «Dicas subtis, como o chefe convidar alguém para almoçar ou passar mais tempo com outra pessoa, podem gerar uma sensação de desigualdade que, em casos extremos, pode aumentar sentimentos de stress, ansiedade e insegurança.»

Por isso defende que a gestão de desempenho, assim como as avaliações, deve ser feita com mais regularidade do que uma vez por ano. Deve ser um diálogo contínuo entre o profissional e o seu gestor.

«Para mim, um profissional ser bom no que faz tem que ver com o quão está a crescer, o valor que agrega e o reconhecimento que obtém. Mesmo que a chefia não aborde verbalmente o seu desempenho, esses são sinais de que o profissional está a ter um bom desempenho no trabalho.»

Trabalhar com eficiência

A facilidade com que se consegue realizar um trabalho – por muito desafiante que seja – é um bom indicador de desempenho. «Pode descobrir que os seus e-mails estão a diminuir ou que de repente tem tempo no final do dia, da semana ou do mês porque superou o desempenho.»

Por outro lado, se começar a acumular e-mails e papéis na secretária, porque não conseguiu dar-lhes seguimento, isso pode indicar que o seu desempenho está abaixo do esperado.

Ou seja, ter uma caixa de entrada cheia não significa que esteja no mau caminho. «Automatize o máximo possível e adopte a tecnologia e as melhores práticas – todos esses são sinais de um aluno proactivo. Configure regras de e-mail para ver apenas o que é importante.»

Planeamento adequado

Planear e priorizar o trabalho é um sinal de que está a trabalhar bem. A chefia não deverá ser apanhada desprevenida, por isso, deixar tudo para a última hora e dar respostas apressadas não transmite competência, partilhe relatórios e actualizações frequentes.

Feedback positivo

Se está a receber comentários positivos de colegas, clientes e fornecedores sobre assuntos relacionados com o trabalho, é um sinal de que está a fazer algo certo.

Engagement

Um dos maiores indicadores de desempenho é o quão envolvido – informal e formalmente – está no trabalho. O engagement pode ser evidenciado de várias maneiras: presença, visibilidade, colaboração com colegas, aumento ou diminuição de e-mails e curiosidade intelectual geral ou participação em reuniões, encontros ou conversas no local de trabalho.

«Para um empregador, conhecer as suas pessoas e como elas operam é crucial e subestimado», realça Michael Doolin. «As pessoas agem de maneira diferente quando estão sob pressão. Os empregadores podem identificar esses pontos de stress se tiverem uma noção melhor das motivações e estado de espírito daquela pessoa.» E a melhor maneira de o conseguir é passar tempo com elas.

Um ambiente de trabalho não deve concentrar-se apenas no local de trabalho. É preciso lembrar que o indivíduo é alguém que traz talentos únicos. «Portanto, ver a pessoa como um todo e não apenas o que ela aporta às tarefas diárias é importante para o empregador e para o colaborador.»

Não trazer problemas, mas sim soluções

Segundo o especialista, se tiver um bom desempenho no trabalho, provavelmente encontrará soluções e não problemas. «Pode ir às reuniões munido de ideias que pensou e pesquisou e encontrar soluções bem pensadas é útil. E se cometer um erro, irá reconhecê-lo e terá uma solução alternativa.»

Curiosidade

Um indicador importante de que o trabalho está no bom caminho é o nível de curiosidade do profissional. Fará perguntas e terá vontade de aprender, seja questionar sobre processos internos, como o funcionamento das coisas, numa busca de melhoria e oportunidades. Para Michael Doolin, isso mostra que é curioso e deseja agregar valor.

Peça feedback se tiver dúvidas

Se acha que precisa de feedback, peça-o. «Pergunte ao seu gestor directo como analisa o seu trabalho e o que está a fazer bem ou não. Deixe claro que que gostaria de receber, informalmente, feedback regular e sugira reservar 15 minutos no final do dia.»

Qualquer profissional pode estabelecer as suas próprias metas e objectivos, seja reduzir os e-mails pendentes ou angariar x clientes, através de um diário do local de trabalho ou definindo os seus KPI.

O especialista aconselha a ter alguma perspectiva também. «Muitos profissionais concentram-se na autorrealização em relação ao trabalho, e não às suas vidas. Não defina o seu valor e status apenas pela posição que ocupa no trabalho. Pense na sua qualidade de filho, parceiro, pai ou amigo.»

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