Adeus, soft skills. Olá, power skills

A relevância das competências comportamentais cresceu nos últimos dois anos e manter-se-á no futuro. Ana Marisa Pardal, Head of Training na SHL Portugal, reflete sobre a importância das “power skills” para as organizações.

 

Por Marisa Pardal, head of Training na SHL Portugal

 

Há dias partilhava com a minha colega Maria João, da nossa área de Business Development, o facto de nunca ter gostado da expressão “soft skills”, utilizada para referir as competências comportamentais importantes para o mundo do trabalho. Esta designação tende a surgir em contraste com as “hard skills”, que remetem para competências técnicas, tradicionalmente mais valorizadas.

Actualmente, é consensual que, não só as “hard skills”, mas também as “soft skills”, são importantes para o desempenho eficaz. Valorizamos, seguramente, estas competências quando pensamos no tipo de pessoas que queremos na nossa equipa/organização, quando dizemos que é importante, por exemplo, serem pessoas que saibam trabalhar em equipa, que respeitem os outros, que sejam flexíveis e que consigam gerir as emoções.

De facto, se pensarmos em competências como colaboração, comunicação, inteligência emocional e liderança, vemos como são transversais e críticas para áreas tão diferentes como financeira, administrativa, vendas ou marketing. Assim, não faz sentido chamá-las de “soft skills”, como se se tratassem de competências secundárias ou menos relevantes. E porquê “power skills”? Porque estas competências “empoderam” as pessoas, tornando-as mais capazes de colaborar, de comunicar eficazmente, de liderar. Ter competências sólidas de liderança significa, entre outras coisas, ser capaz de promover mudanças, de implementar estratégias, de motivar equipas e de fomentar o compromisso.

Se as “power skills” sempre foram relevantes, actualmente a sua importância torna-se mais urgente, considerando a velocidade das mudanças a que estamos sujeitos e o impacto que isso tem em nós e na capacidade de continuarmos a corresponder ao que nos é exigido. Um estudo recente (Udemy, 2022) indica que nove em cada dez gestores consideram que existem lacunas nas competências comportamentais nas suas pessoas/organizações ou antecipam que venham a existir em breve.

Este dado é congruente com os pedidos que temos tido de clientes nossos, no sentido de desenharmos acções formativas orientadas para power skills como inteligência emocional, inovação, colaboração e networking. É neste âmbito que se enquadra a oferta “Magic Tools for Power Skills” da Academia SHL Portugal, focada em sessões eminentemente práticas e interactivas para o desenvolvimento de competências comportamentais críticas para o trabalho.

De facto, não há nada de “soft” nas competências comportamentais. As organizações que promoverem este investimento nas suas pessoas estarão, sem dúvida, mais preparadas para os desafios actuais e futuros.

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