Afinal, as diferenças geracionais no local de trabalho são mito?

Já diz a música de Rui Veloso, é “muito mais o que nos une que aquilo que nos separa”. Um estudo da Ricoh defende que a chegada da geração Z ao mercado de trabalho foi assumida como um factor de união pelos restantes profissionais. 

 

De acordo com a análise, intitulada “Workforce United”, que contou com cerca de cinco mil inquiridos, «as diferenças geracionais são praticamente um mito», numa altura em as empresas têm a maior disparidade etária da história entre os seus colaboradores.

A importância de uma cultura de colaboração é transversal a todas as gerações – Baby Boom (1946-1964), Geração X (1965-1980), Millennials (1981-1995) e Geração Z (desde 1996) -, mesmo que para a Geração Z não tenha a mesma importância. Ainda assim, todos valorizam práticas como flexibilidade horária e trabalho remoto.

Além disso, a grande maioria dos inquiridos, manifestou que prefere trabalhar numa pequena equipa, com apenas 14% a indicarem que preferiam fazê-lo de forma independente.

Olhando para o futuro, mais de metade (64%) é da opinião que a sustentabilidade irá tornar-se o foco das estratégias de negócio e produtos e 51% defende que a tecnologia os ajuda a dar o melhor de si profissionalmente. Mais: 65% diz mesmo que as melhores empresas para trabalhar são aquelas que investem em tecnologias digitais.

 

Entidades mais responsáveis e inovação tecnológica
Cerca de 73% confiam na sua capacidade de adaptação às novas tecnologias, com 70% a dizer que espera aperfeiçoar as suas competências digitais ao longo da carreira. Neste sentido, as formações para ajudar a tirar o maior partido da tecnologia e, consequentemente, um maior rendimento, foram assinaladas como sendo de extrema importância. 44% afirma ainda que tecnologias do futuro, como a Inteligência Artificial, Automação e Robótica, vão facilitar a execução das suas funções.

Por outro lado, 53% dos trabalhadores assinala a falta de investimento em inovação como o principal factor de desmotivação no emprego, seguido da mudança lenta (49%).

Ainda assim, cerca de 65% de todas as gerações acreditam nos valores e ideais da sua organização. Perto de 63% acredita que os modelos de negócio irão sofrer alterações drásticas nos próximos cinco a 10 anos.

Para Ramón Martín, CEO da Ricoh Portugal e Espanha, «a tecnologia é essencial para o crescimento dos colaboradores», sublinhando que as empresas devem «investir na aquisição das melhores ferramentas, adaptadas à nova era de comunicação e colaboração em que vivemos».

Por outro lado, 72% demonstram vontade em contribuir para a sua organização. Uma liderança orientada para a resolução de problemas (44%) e uma mentalidade visionária (39%) é crucial para o sucesso, segundo o estudo.

Ramón Martín destaca que «os profissionais de todas as idades estão a unir-se numa demanda colectiva para incorporar práticas de trabalho mais sustentáveis e responsáveis» e isso «implica operar em harmonia com o meio envolvente, demonstrando respeito por todos os colaboradores e por todos os contextos sociais que integram a empresa».

Na Ricoh estão a já a dar-se os primeiros passos. «Comprometemo-nos firmemente com 10 dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, incluindo o compromisso de reduzir a zero as nossas emissões de CO2 até 2050», realça.

Este estudo teve por base um inquérito a cerca de cinco mil trabalhadores de várias idades e sectores, oriundos de 24 países da região EMEA (Europa, Oriente Médio e África), dos quais 150 portugueses.

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