Alerta fãs da sétima arte: são estas as quatro principais tendências que vão dominar a indústria cinematográfica na próxima década
O relatório “Future of Filmmaking” olha para o que a próxima década reserva para a produção cinematográfica. A iniciativa da Canon Europa e do The Future Laboratory reflecte sobre um período de turbulência e incerteza sem precedentes na indústria cinematográfica.
Baseando-se nos conhecimentos de sete líderes da indústria em toda a Europa, bem como dos próprios especialistas da Canon, o relatório abrange um amplo espectro de temas, desde o papel dos gigantes do streaming e da produção virtual à educação, diversificação do storytelling e padrões de sustentabilidade, mostrando como os futuros cineastas vão redefinir a indústria e transformar a forma como as histórias são contadas de acordo com as novas prioridades.
«Vivemos um momento empolgante para a indústria, estamos entusiasmados com a sua evolução e focados na forma como a Canon pode apoiar as necessidades dos cineastas – seja suportando a produção virtual ou os realizadores a solo com os nossos produtos pioneiros, ou a promover a criatividade e as histórias locais», refere Ryuhei Kamata, European Senior Product Marketing manager da Canon Europa.
Já Martin Raymond, Co-Founder e Editor-in-Chief do The Future Laboratory, comenta «A indústria está menos fragmentada e, devido à tecnologia de última geração e aos vários cocriadores e ‘maestros digitais’ que a apoiam, dispõe agora de mais canais do que nunca para se dirigir às audiências – do metaverso às redes sociais –, e os hubs tecnológicos e as organizações autónomas descentralizadas de criativos, técnicos e especialistas em CGI estão a mudar e a reescrever as regras do estilo cinematográfico do século XXI».
O relatório mostra a ascensão de quatro categorias principais de cineastas – que surgem com as novas atitudes perante a tecnologia digital emergente, o pensamento colectivo e a capacitação – e a forma como estão a transformar a indústria:
Criadores Capacitados: a indústria está a abrir os olhos para o poder cultural e comercial dos criadores individuais e dos realizadores a solo, que estabelecem novos padrões para assegurar que a democratização se estende ao acesso, à educação e mais além. Os criadores tradicionais estão a ser cada vez mais eclipsados, e as fronteiras entre profissionais e amadores estão a esbater-se, permitindo que ideias imaginativas se tornem lentamente na única condição prévia para a criação de conteúdos de sucesso. Para estes novos Criadores Capacitados, existem duas tendências-chave:
- O desenvolvimento de equipamentos acessíveis: As soluções intuitivas de hardware e software estão a esbater as barreiras criativas à entrada na indústria, permitindo aos criadores contornar os percursos educativos tradicionais para produzir resultados profissionais.
- O aparecimento de novas redes sociais: As comunidades criativas progressivas e as redes sociais estão a tentar reestruturar as hierarquias da produção, oferecendo à indústria caminhos alternativos que facilitam o acesso e a comunidade.
Novos Mestres da Tecnologia: São cineastas que estão a optimizar a aceleração tecnológica para conseguir eficiências inteligentes e formas de quebrar barreiras. Estão a lutar por uma produção cinematográfica ágil, eficiente e melhorada e, assim, a impulsionar o aparecimento de três tendências-chave:
- Ecossistemas Adaptativos: A Inteligência Artificial (IA), a analítica e a automação estão a substituir as cadeias de abastecimento da produção fragmentadas do passado por soluções de baixa latência capazes de trazer benefícios para produções de grande e pequena escala.
- Produção virtual a pedido: Mais do que uma solução pensada apenas para o período da pandemia, as plataformas de produção virtual estão a emergir como um método de produção certificado e muitas vezes aperfeiçoado, à medida que as marcas inteligentes criam cada vez mais soluções “chave na mão” e estúdios de produção virtual prontos a utilizar.
- A ascensão do metaverso: As novas tecnologias virtuais estão a transformar as produções anteriormente consideradas “secundárias” em experiências de entretenimento cobiçadas, agora que o metaverso está a criar potencial para filmes e transmissões totalmente imersivos e personalizáveis.
Storytellers Simbióticos: Utilizam os dados e a democratização para construir relações com a audiência baseadas na reciprocidade. A Canon está a investigar como os avanços na IA, nos dados e na descentralização permitem aos cineastas criar relações de intercâmbio entre audiências e criadores; e os Storytellers Simbióticos estão a impulsionar a utilização de audiências de dados, o boom do conteúdo hiper localizado e o aparecimento de características descentralizadas:
- Audiências de Dados: Os storytellers inteligentes estão a resistir à categorização do Big Data como uma ameaça à criatividade e às produções independentes, colaborando, em vez disso, com iniciativas de dados do domínio antropológico – o domínio do pensamento, dos sentimentos, da imaginação e da mente – que os aproximam da sua audiência.
- Conteúdo hiper localizado: Impulsionada pela pandemia e pelos movimentos de justiça social, uma nova era de produção e transmissão de filmes está a celebrar as nuances culturais e a trazer as histórias regionais para a esfera global.
- Características Descentralizadas: As novas tecnologias estão a potenciar novas atitudes e novos caminhos para a produção criativa e o consumo. A adopção crescente da Web3 e das Finanças Descentralizadas (DeFi, na sua sigla em inglês) está a revolucionar os modelos económicos, permitindo aos cineastas criar a sua arte ao lado de comunidades motivadas.
Colectivos Conscientes: Cineastas que se focam nos padrões da indústria, na sustentabilidade e em soluções colectivas. A par da disrupção causada pela pandemia, assistimos também a uma mudança na sociedade no sentido de uma acção mais progressista, responsável e sustentável – algo que a indústria cinematográfica também sentiu. A sua ética tem sido fortemente direccionada neste sentido, encorajando um novo grupo de consumidores a dar prioridade a movimentos colectivos e progressivos para tornar a indústria melhor. Com base nestes valores, os Colectivos Conscientes estão a transformar estas declarações de missão em progresso, levando à expansão de três tendências-chave:
- Ecrãs Sustentáveis: As iniciativas colaborativas estão a passar da conversa à acção, unindo-se para oferecer soluções ambientalmente conscientes que reduzem a escala astronómica das emissões de carbono resultantes da produção.
- Padrões Abertos: Tanto as plataformas já estabelecidas como as emergentes estão a reconhecer o poder de introduzir novos padrões na produção cinematográfica, criando software de código aberto que pode ser testado e melhorado colectivamente pela indústria.
- Poder das Pessoas: As redes progressivas estão a oferecer novos caminhos para a indústria cinematográfica, enquanto as oportunidades se multiplicam para o desenvolvimento de ferramentas de hardware e de plataformas de software concebidas para talentos diversos com narrativas igualmente diversas.