Associação de Marcas de Retalho e Restauração alerta: apenas 7,3% das empresas tem meios para evitar insolvência

De acordo com um inquérito da Associação de Marcas de Retalho e Restauração, 91% das empresas admitiu não conseguir pagar rendas desde o encerramento dos estabelecimentos (15 de Março) e 55,1% suspendeu os pagamentos a fornecedores, dada a inexistência de receitas.

 

A associação vem alertar que a esmagadora maioria dos associados não tem condições financeiras para se manter para além do mês de Julho.

Segundo o inquérito feito aos lojistas que operam sobre 100 marcas conhecidas dos portugueses, apenas 7,3% dos associados tem meios para evitar uma insolvência nos próximos 12 meses. E 80,5% dos associados refere que a sobrevivência depende de três factores, comportamento do mercado, negociação com os centros comerciais e apoios do governo (prorrogação do lay-off).

A maioria dos inquiridos é pequena operadora, com uma a cinco lojas (51%) e 79% das empresas inquiridas não despediram qualquer trabalhador e apenas 14% tem salários em atraso. Este sector representa mais de 100 mil postos de trabalho e um volume de negócios superior a 10 mil milhões de euros.

Miguel Pina Martins, porta-voz e um dos fundadores da Associação de Marcas de Retalho e Restauração, reforça que «é urgente que o Governo adopte as nove medidas apresentadas no documento entregue ao Ministério da Economia e que prevêem, entre outras medidas, a flexibilização das rendas durante o período de encerramento forçado e período subsequente, IVA em prestações e prorrogação do lay-off».

E acrescenta «Os resultados deste inquérito ilustram que todo o sector concorda com o que até aqui temos vindo a defender. Reforçamos – é absolutamente necessário e urgente que o Governo legisle sobre a necessidade de carência das rendas no período de encerramento total ou parcial da actividade. Caso contrário não há condições para a sobrevivência das nossas empresas, nem mesmo com a retoma gradual», defende.

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