Carreira na Mars

«Foi paixão à primeira vista pela Mars». Assim define Sandra Reis, directora de Recursos Humanos, a relação com a empresa onde trabalha.

Por TitiAna Amorim Barroso

E desde aí, já lá vão 15 anos de sólido relacionamento profissional, sem nunca ter tido outro. Sandra Reis ingressa na Mars, como estagiária, na área de Vendas; é convidada a ficar, passando pelas áreas de Accounts Receivables, Planning e por várias funções na área de Supply Chain Outbound e Inbound; pelo Marketing tem uma passagem de 6 meses e é em 2007 que entra na área de Recursos Humanos.

O que a leva a pertencer a este clube raro de pessoas que fizerem grande parte da sua carreira na mesma empresa é «o incentivo à mobilidade interna promovido pela própria empresa,o que faz com que tenhamos oportunidades para aprender mais, adaptarmo-nos a novas realidades, sairmos da nossa zona de conforto que nos permite obter um desenvolvimento profissional muito enriquecedor. Nem todas as empresas oferecem esta experiência».

Hoje é a actual directora de RH, gere 91 associados, sim na Mars são assim chamados os colaboradores. «Procuramos ter associados que partilhem dos nossos valores, ambições e que sejam responsáveis perante a liberdade que lhes é proporcionada. Destacamos a responsabilidade, independência, capacidade de gerir o negócio como seu, criatividade, pro-actividade, acessibilidade e orientação para resultados como algumas das características que são necessárias para se ser bem-sucedido no universo da empresa», observa Sandra Reis.

Damos-lhe a conhecer as políticas de RH e a cultura da empresa, o porquê de ser uma “employer of first choice”, os principais desafios e dificuldades de ser a directora de RH da Mars, entre outros temas.

Ingressou na empresa não tinha ainda concluído a licenciatura em Gestão, na Universidade Católica do Porto. Como surgiu a oportunidade?

Na sequência de uma apresentação realizada na Católica do Porto apresentei a minha candidatura e depois de um processo de recrutamento muito exigente ingressei na Mars.

HR: Como correu a integração e evolução na empresa?

Sandra Reis: Quando comecei a trabalhar fiquei deslumbrada com a informalidade dos representantes da empresa, o dinamismo e a emoção com que falavam da Mars. Reconheci-me na cultura da empresa: familiar, alicerçada em fortes valores e princípios (responsabilidade, liberdade, mutualidade, qualidade e eficiência), pelo facto de privilegiarem e fomentarem o desenvolvimento pessoal e profissional, possibilitarem uma carreira multi-funcional se assim o desejarmos e pelo facto de ser uma grande empresa multinacional, com algumas das maiores marcas mundiais, o que me poderia abrir as portas a uma carreira internacional.

HR: Só trabalhou na Mars. Qual o segredo para pertencer ao restrito grupo de profissionais que desenvolvem a carreira na mesma empresa?

Sandra Reis: A Mars foi uma paixão à primeira vista que se consolidou numa sólida relação nestes 15 anos, o que me leva a pertencer a este clube raro de pessoas que fizerem grande parte da sua carreira profissional na mesma empresa. O incentivo à mobilidade interna promovido pela própria empresa faz com que tenhamos novas oportunidades para aprender mais, adaptarmo-nos a novas realidades, sairmos da nossa zona de conforto que nos permitem obter um desenvolvimento profissional muito enriquecedor. Nem todas as empresas oferecem esta experiência e muito menos são aquelas que as promovem.

HR: Desde 2007 que integra a direcção de RH, gerindo 91 colaboradores. Quais os principais desafios?

Sandra Reis: Penso que o maior desafio e às vezes também a maior dificuldade é o de gerir pessoas, seres humanos, todos eles diferentes entre si de forma a conseguir partilhar experiências, estabelecer laços de confiança, estimular o espírito de que “a união faz a força”, canalizar as energias do grupo para a criatividade/ acção e superar os objectivos comuns, sempre na procura de mais e melhor.

É um desafio e ao mesmo tempo uma dificuldade diária que no final de tudo é muito compensadora pois permite contribuir para o desenvolvimento do capital de talento, o futuro da organização.

HR: Como se “canaliza as energias do grupo para a criatividade”?

Sandra Reis: Não temos um departamento específico para criatividade, mas acreditamos que as melhores ideias e soluções partem da discussão e da partilha e é dado espaço a todos os associados para exporem as suas ideias e opiniões. Faz parte da cultura da empresa procurar fazer sempre mais e melhor. Temos vários prémios de reconhecimento que traduzem esse espírito e que procuram reconhecer exactamente a inovação e a criatividade, acreditando que todos os associados podem fazer a diferença a todo o momento.

HR: Defende-se que para se ser criativo tem que se dar margem de erro. Como é encarado o fracasso?

Sandra Reis: Concordamos com essa posição, damos espaço à experimentação e acreditamos que os erros fazem parte do processo de aprendizagem. Há que aprender com os insucessos, não repetir e para a próxima fazer ainda melhor.

HR: Que características distinguem uma boa gestão de RH?

Sandra Reis: Construção de relações de confiança baseadas na integridade e honestidade assim como não ficar aquém das expectativas que são depositadas e conseguir cumprir os compromissos que se assumem.

HR: Quais as políticas de RH da Mars?

Sandra Reis: As políticas em Portugal derivam da estratégia global mas são naturalmente enquadradas nas necessidades locais, e as nossas áreas de foco são a gestão do talento, na vertente de desenvolvimento de competências e gestão de carreira, e a motivação dos nossos associados.

HR: Qual a chave para ter colaboradores motivados?

Sandra Reis: O envolvimento dos associados nos projectos estratégicos da empresa, sejam eles na vertente de negócio ou na área da responsabilidade social, juntamente com a partilha de informação e a celebração dos resultados, sustentam os níveis de satisfação que a Mars procura para os seus associados. Somos uma empresa unida e informal onde impera a comunicação descendente, ou seja, qualquer associado pode recorrer, em qualquer momento, à direcção e falar abertamente sobre os seus problemas, receios e preocupações. É nossa política trabalhar em conjunto na obtenção de resultados, por isso sempre que alguém do grupo se sente menos motivado, toda a equipa e a direcção se juntam em prol de soluções eficazes que conduzam ao sucesso e à obtenção de motivação extra para continuar a percorrer o caminho para o êxito.

HR: Quais as melhores práticas?

Sandra Reis: Temos sólidos processos de recrutamento externo e interno e processos de desenvolvimento de competências. Valorizamos a aprendizagem e desenvolvimento pela experiência e incentivamos a rotação de funções como forma de se alavancar competências fortes e/ou adquirir novas.

HR: A Mars concluiu em Abril um processo de recrutamento que integrou cinco novos profissionais. Prevê novas contratações?

Sandra Reis: Não temos planeados mais recrutamentos neste momento.

HR: O universo dos associados é maioritariamente feminino, com formação superior e em média com 32 anos. Qual o perfil?

Sandra Reis: Na Mars procuramos ter associados que partilhem dos nossos valores, ambições e que sejam responsáveis perante a liberdade que lhes é proporcionada.

Destacamos a responsabilidade, independência, capacidade de gerir o negócio como seu, criatividade, proactividade, acessibilidade e orientação para resultados como algumas das características que são necessárias para se ser bem-sucedido.

HR: Como caracteriza a cultura e o clima da empresa?

Sandra Reis: Somos uma empresa familiar que rege as suas relações internas e externas segundo os princípios da responsabilidade, liberdade, eficiência, mutualidade e qualidade. Apostamos fortemente no bem estar dos nossos associados com programas de motivação internos, celebramos sempre em conjunto os resultados obtidos, oferecemos uma política de recompensas bastante atractiva – composta por bónus, benefícios e atribuição de prémios de rentabilidade e resultados.

O nosso programa de Well Being é também uma forma de proporcionar aos nossos associados as melhores condições possíveis ao nível da saúde e bem-estar e, por isso, temos mensalmente consultas gerais, nutricionais, psicológicas, vacinação, workshops de nutrição, desporto e estilo de vida, performance no trabalho e bem-estar e proporcionamos também momentos de descontracção no escritório através de sessões de exercício (pilates, shiatsu, massagens).

HR: Quais as suas fontes de inspiração? E as aspirações?

Sandra Reis: As pessoas inspiram-me todos os dias! Aprendo muito com os outros! E espero continuar a desenvolver-me pessoal e profissionalmente.

HR: Na Mars teve também a oportunidade de trabalhar em Espanha e França. Como recorda esse desafio?

Sandra Reis: Foi extremamente motivador, sair da minha zona de conforto e permitir explorar a minha capacidade de adaptação e flexibilidade.

Para a minha função de RH esta experiência habilitou-me a ser uma agente da mudança, a ajudar as pessoas e a própria organização, a gerir os processos, incontornáveis e inerentes à própria dinâmica do mercado e da sociedade hoje em dia.

HR: Como é um dia (a)típico de trabalho?

Sandra Reis: Um dia atípico, será um dia calmo, sem reuniões, sem conversas com associados e em que consigo fazer tudo o que tinha planeado e ainda me sobra tempo! Muito raros, estes dias!

HR: Como ocupa os tempos livres?

Sandra Reis: Gosto de desporto, preferencialmente ao ar livre e de equipa e já há alguns anos que pratico ténis uma a duas vezes por semana. Gosto de mar, praia e windsurf, embora ultimamente esteja muito focada numa grande paixão que é o montanhismo e alpinismo, acabei de regressar de duas semanas de alpinismo nos Alpes, com ascensão ao Monte Branco, entre outras coisas. Estou muito orgulhosa de mim própria e já sonho como novas aventuras!

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