CEO da Mastercard alerta que a Europa precisa urgentemente de especialistas nesta área para não sofrer consequências graves

O CEO da Mastercard, Michael Miebach, partilhou com a Euronews a sua visão sobre o futuro e se a Europa está preparada para as ameaças cibernéticas da IA. E deixa um alerta.

 

No final de Maio, a Mastercard inaugurou na Bélgica um Centro Europeu de Resiliência Cibernética (ECRC), onde os colaboradores vão trabalhar ao lado de representantes de bancos e autoridades policiais para ajudar a proteger o comércio e os sistemas de pagamento na região.

«A consciência existe, os esforços existem, a vontade de colaborar entre o sector privado e o setor público [existe], mas as ameaças aumentam a cada dia, por isso não vou dizer que sim, estamos preparados, porque não estamos», alertou Miebach no programa The Big Question.

«Contudo, podemos sempre tentar estar um passo à frente, trabalhar assumindo que algo vai acontecer e como podemos reagir e minimizar o impacto? Como educamos? Como podemos desenvolver competências?», questionou o CEO da Mastercard.

Embora a Europa possa não estar preparada para ataques cibernéticos de IA em todas as suas formas, espera-se que o novo centro da Mastercard aperfeiçoe as defesas contra ameaças, acelere os tempos de resposta e promova a colaboração entre os sectores público e privado.

«Temos de fazer um trabalho melhor para ter currículos orientados para a cibersegurança, esforços de formação que não sejam cursos de quatro anos, mas um pouco mais modulares, para podermos acelerar e termos a força de trabalho cibernética que manterá a Europa segura», realçou Miebach.

Segundo a Mastercard tem observado, o crescimento da IA generativa que torna deepfakes e golpes cada vez mais difíceis de reconhecer é o grande desafio para as empresas, principalmente as mais pequenas, destacou Miebach.

«Precisamos de usar essa mesma tecnologia e garantir que a aproveitamos para minimizar o risco», disse e apesar dos riscos, explicou como a IA pode ser usada para combater ameaças. Em vez de interromper transacções suspeitas depois que elas já aconteceram, a IA pode prever o que pode acontecer.

«Se os dados do seu cartão tiverem sido comprometidos por exemplo, mas ainda nada aconteceu. Há um certo padrão de transacção que agora parece diferente do passado, quando era apenas usado por si, e podemos interrompê-lo imediatamente.»

O CEO também partilhou as suas ideias sobre como poderá ser o futuro dos pagamentos nos próximos dez anos – e disse que podemos esperar pagar «com um sorriso».

«Tecnologia biométrica, quem diria? Hoje já se paga com impressão digital ou com um código, mas poderíamos substituir qualquer mecanismo de segurança por uma impressão facial. Parece surreal, mas já está a ser testado na América do Sul, depois na Ásia e em breve chegará à Europa.»

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