Como ser um líder empático em três passos (e sem se aproveitarem de si)

A empatia é cada vez mais considerada uma das competências mais importantes para os actuais líderes. E faz todo o sentido, considerando que os profissionais precisam e querem um líder que as compreenda e que se preocupe com as suas necessidades a longo prazo.

Embora a empatia seja uma skill obrigatória, também é importante não ir longe demais. Se não acautelar algumas limitações e regras, será “atropelado” e a sua capacidade de se posicionar como líder poderá ser posta em causa. A parte difícil de ser um líder eficaz é saber onde traçar os limites para determinar o que é benéfico e o que pode não ser.

Um estudo da Catalyst revelou que os colaboradores com um líder empático são mais inovadores (61%), mais comprometidos (76%) e menos propensos a deixar a empresa em busca de outra oportunidade (57%). É possível ser um líder empático com limites que o ajudam a evitar o burnout e a levar os profissionais a darem o melhor de si.

A empatia nos líderes é uma ferramenta poderosa, mas perderá o seu poder como líder se não tiver algumas referências ou parâmetros que lhe permitam tomar decisões definitivas. Quando os colaboradores não atendem às expectativas de desempenho, é fundamental fazer mais do que apenas ter empatia.

Uma cultura de transparência e um histórico de confiança com os colaboradores são fundamentais. Nesse caso, quando toma uma decisão difícil, a equipa consegue compreender a sua linha de raciocínio.

Criar esse tipo de cultura na organização exige trabalho e nem sempre é um processo simples e directo. A Entrepreneu partilha três passos para obter bons resultados.

  1. Esforce-se por entender

Pensar que as pessoas querem aproveitar-se de líderes empáticos é errado. Na verdade, é mais comum o líder não entender a preocupação ou necessidade subjacente do colaborador nessas situações.

Em vez disso, esforce-se por entender. Tenha uma conversa inicial e crie uma estrutura dentro dessa conversa que permita estruturar a tomada de decisões.

  1. Confie, mas verifique

Outro componente central do processo não é simplesmente confiar no que lhe está a ser dito, mas ir além. Tal como não decide comprar algo com base num anúncio ou porque alguém lhe diz que vale a pena, aplique a mesma estratégia nessas conversas.

Faça a devida diligência. Às vezes, pode precisar de recorrer a outros departamentos ou colegas para debater o tema. Analise como foi a conversa, verifique o que aconteceu e quais são realmente os factos. E certifique-se de que esses factos são de confiança.

  1. As excepções que permite são a cultura que cria

Defina expectativas e cumpra-as. Se não for claro e transparente ou estabelecer regras que não abrangem a sua equipa, isso reduz a sua eficácia como líder. Por exemplo, numa equipa de 10 colaboradores, nove esforçam-se ao máximo e cumprem horários e tarefas, mas o outro não cumpre os requisitos mínimos.

Permitir que uma pessoa ultrapasse os limites estabelecidos – sejam eles quais forem – incentiva os outros a acreditar que a liderança não vê problemas nisso e que esse comportamento, ainda que excepção, é aceitável porque é permitido.

Em tais situações, deve assumir a responsabilidade de imediato. Isso significa intervir desde o início com o membro da equipa que está a desrespeitar as regras. Vá ao fundo do problema e dê a essa pessoa a oportunidade de corrigir o seu comportamento. Os colaboradores que não se adaptam às regras estabelecidas podem não ser a opção certa.

Ler Mais