Como vencer a desmotivação?
Discutiu-se motivação na 3.ª edição dos Pequenos-Almoços da Human Resources Portugal, ontem, na FNAC Colombo, em Lisboa, perante uma plateia de mais de 50 profissionais da área da Gestão de Pessoas.
A contracção económica, afinal, pode não ser a grande causa de desmotivação – mas sim a falta de condições para trabalhar. O 3.º Pequeno-Almoço da revista Human Resources Portugal, sob o tema “Como Assegurar a Motivação em Cenários Hostis”, que teve lugar ontem na FNAC Colombo, em Lisboa, sublinhou a necessidade de as empresas criarem condições para que os seus colaboradores possam realizar o seu potencial – e que, mesmo em condições adversas, há estratégias que permitem vencer o medo e a falta de ânimo.
A abertura da sessão coube a Isabel Viegas, directora de Coordenação do Banco Santander Totta. A responsável pela Gestão de Pessoas do banco explicou a sua estratégia para motivar, que passa pela inversão de um paradigma aceite pelos pares da área: em vez de se tomar medidas para fomentar a felicidade entre os colaboradores, os esforços da sua equipa passam por dar as melhores e mais justas condições para que estes possam trabalhar da melhor forma, com os estímulos intelectuais de que precisam e com uma rede de apoio que lhes dê espaço para evoluir. Socorrendo-se de Stephen Robbins, especialista em Comportamento Organizacional, Isabel Viegas considera que «o que me faz estar contente é aquilo que eu produzo e não o contrário – e quando vejo o meu banco a ter resultados graças ao meu esforço, isso anima-me imenso.»
Seguiu-se um debate com elementos da plateia moderado por Isabel Barata, membro do Conselho de Administração da operadora aérea SATA e conselheira editorial da Human Resources Portugal. Aqui, o tema foi a mudança de foco das políticas destinadas a promover a satisfação do “cliente interno” para uma cultura de serviços orientada ao que os clientes externos precisam, acompanhando assim as necessidades do próprio negócio. Outras questões levantadas pela assistência sublinharam a necessidade de motivação das chefias e o foco nos valores da empresa como forma de guiar a acção das Pessoas.
Alexandra Dias Lemos, managing partner da Mindcoach, abriu o primeiro workshop da sessão. A especialista apresentou as vantagens do Coaching na motivação e na capacidade de realização de qualquer profissional: «O coaching intervém ao nível do discurso e, também, ao nível daquilo que nos move. Temos a possibilidade de criar os nossos próprios recursos para moldarmos o contexto que nos rodeia.»
O segundo workshop do Pequeno-Almoço coube a Mário Pardo, “altitude seeker” e CEO da empresa Get High. Recorrendo à sua experiência de paraquedista, Mário Pardo falou-nos de “saltos” – em sentido literal e figurado – , a necessidade de trabalho em equipa, de reconhecimento e a sua luta contra o medo, um «velho amigo».
A 3.ª edição contou com o apoio da Galileu, Kelly Services, Mindcoach e Fnac.
A próxima edição dos Pequenos-Almoços, iniciativa dirigida a profissionais e aspirantes/estudantes da área de Gestão de Pessoas, decorre no próximo mês de Março, numa data a anunciar oportunamente.