Conscious unbossing: mais de metade da Geração Z não quer assumir cargos de chefia. Imagina porquê?
Aparentemente, esforçar-se para subir na hierarquia corporativa é um problema demasiado grande para os profissionais da Geração Z, revela o New York Post.
Na verdade, 52% deste grupo demográfico – adultos nascidos entre o final dos anos 90 e o início dos anos 2000 – revelam que era provável recusarem um cargo de gestão intermédia no trabalho, devido ao elevado stress e aos baixos salários que adviriam da promoção, de acordo com um survey recente da Robert Walters.
«A Geração Z é conhecida pela sua mentalidade empreendedora», disse Lucy Bisset, directora na Robert Walters, em comunicado. «[Preferem] dedicar-se totalmente aos projectos e despender tempo a cultivar a sua própria marca e abordagem, em vez de gastar tempo a gerir outras pessoas.»
Este movimento anti-progressão na hierarquia corporativa foi apelidado de “conscious unbossing”. E é uma tendência que visa evitar as dores de cabeça de se tornar chefe de departamento.
Muito parecido com o “quiet quitting”, que faz com que os profissionais descontentes façam o mínimo, e a mudança do “great detachment”, uma tendência que leva jovens sobrecarregados a desligarem-se das suas funções, o “conscious unbossing” dá aos profissionais da Geração Z a liberdade de lutarem por objectivos pessoais sem complicações.
De acordo com a pesquisa, em vez de supervisionarem os seus colegas, 72% dos recém-chegados ao mercado de trabalho dizem que preferiam seguir um caminho individual para progredir na carreira – um que se concentre no crescimento pessoal e na acumulação de competências.
A ajudar no desinteresse de subir na hierarquia, 69% da Geração Z argumenta que as funções de gestão intermédia, normalmente não compensam financeiramente a carga de trabalho. 18% insistem que os cargos de nível intermédio implicam frequentemente um poder de decisão limitado, enquanto 11% temem que as responsabilidades adicionais no trabalho prejudiquem as suas aspirações individuais.
Mas Lucy Bisset alerta que a «relutância da Geração Z em assumir funções de gestão intermédia pode significar problemas para os empregadores no futuro. Os profissionais mais jovens, que ingressaram no mercado de trabalho de forma remota ou híbrida, com um grande foco nas capacidades digitais, estão menos inclinados para a lealdade total à empresa.»
A especialista sugere que as empresas comecem a enfatizar os benefícios dos cargos de gestão intermédia para o bem do seu negócio. «Adoptar uma “cultura sem chefia” pode ser fundamental para transformar a função de apenas ser visto como uma “camada desnecessária” de gestão para um “facilitador” que capacita as suas equipas a tomarem a sua própria iniciativa», aconselhou Bisset. «Os empregadores devem priorizar a gestão intermédia agora para evitar lacunas significativas de talento num futuro próximo.»