Consultora avaliou os melhores sistemas de pensões do mundo (e os impactos da IA). Veja que posição ocupa Portugal

Com um total de 85 pontos, os Países Baixos estão no topo da lista dos sistemas de pensões em todo o mundo, revela o relatório global do Mercer CFA Institute, que analisou mais de 50 indicadores e comparou 47 sistemas de reforma, abrangendo 64% da população mundial.

 

No índice de 2023, a Islândia ficou em segundo lugar (83,5), perdendo o primeiro lugar do ano passado, e a Dinamarca (81,3) em terceiro. A Argentina registou a pontuação mais baixa com 42,3 pontos.

Na lista global, Portugal ocupa a 18.ª posição, com a classificação B e 67,4 pontos. Analisando apenas a Europa, Portugal atingiu o 12.º lugar, ficando à frente de países como Alemanha, França e Espanha.

O Índice utiliza a média dos subíndices de adequação, sustentabilidade e integridade. Para cada subíndice, os sistemas com os valores mais elevados foram Portugal para adequação (86,7), Islândia para sustentabilidade (83,8) e Finlândia para integridade (90,9).

Os sistemas com os valores mais baixos nos subíndices foram a Coreia do Sul para adequação (39,0), a Áustria para sustentabilidade (22,6) e as Filipinas para integridade (25,7).

Riscos do sistema

O relatório reconhece que «os sistemas de reforma em todo o mundo estão, mais do que nunca, sob pressão», devido à inflação actualmente persistente, ao aumento das taxas de juro e à incerteza geopolítica, que afecta inevitavelmente os retornos do investimento.

«A idade média das populações em todo o mundo continua a aumentar em muitos mercados, principalmente nos mercados mais maduros», afirma Margaret Franklin, presidente e CEO do CFA Institute.

«A inflação e o aumento das taxas de juro criaram uma dinâmica de mercado que coloca desafios significativos aos planos de pensões. Também vemos fraturas contínuas no que se refere à globalização. Estes são apenas alguns dos desafios cada vez mais complexos que os fundos de pensões enfrentam e que impactam os reformados de forma significativa», acrescenta.

O impacto da Inteligência Artificial (IA)

Além de identificar os principais sistemas de pensões do mundo, o relatório examina o potencial da inteligência artificial (IA) para melhorar os sistemas de pensões e de segurança social e proporcionar às pessoas uma melhor qualidade de vida na reforma.

A IA deverá melhorar o desempenho das pensões, reduzindo custos e destacando os riscos futuros, revela o relatório. Utilizações adicionais para a IA poderiam incluir a construção de pacotes personalizados e a identificação de anomalias de mercado, embora seja pouco provável que a IA seja capaz de prever os movimentos do mercado com precisão, pelo que a incerteza permanecerá.

«O desenvolvimento contínuo da IA nas operações e decisões dos gestores de investimentos poderia levar a processos de tomada de decisão mais eficientes e mais bem informados, potenciando maiores retornos reais de investimento para os membros dos planos de pensões», comentou David Knox, senior partner da Mercer e autor do estudo.

«A IA também tem o potencial de melhorar o envolvimento dos membros e ajudar os indivíduos a tomar decisões de longo prazo sobre as suas decisões financeiras. Ambos os avanços deverão melhorar os resultados da reforma.»

O relatório alertou também para os riscos de os modelos de IA gerarem informações falsas quando utilizados num novo contexto, e de ataques cibernéticos contra os dados dos beneficiários de pensões.

«A IA por si só não é a resposta completa. Haverá sempre necessidade de supervisão humana. Apesar destes riscos, tem a oportunidade de proporcionar um padrão de vida mais elevado na reforma – um objectivo que vale a pena para todos os sistemas de pensões», concluiu David Knox.

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