Contra-ofertas aumentaram 30% desde o início da pandemia. Estas cinco perguntas vão ajudá-lo a tomar a melhor decisão

As contra-ofertas aumentaram 30% desde o início da pandemia, devido ao medo de as organizações perderem os principais talentos num momento em que os processos de recrutamento podem ser lentos. Segundo estudo da Robert Walters, empresa especializada em recrutamento, 41% dos profissionais receberam uma contra-oferta ao pensar em uma nova posição e, dos que aceitaram, 39% voltam ao mercado de trabalho no prazo de um ano.

Se é um candidato e está em condições de decidir se aceita ou não uma contra-oferta, a Robert Walters partilha cinco perguntas que podem ajudá-lo a tomar a melhor decisão

 

1. Porque entrei num processo de recrutamento?
François-Pierre Puech, country manager da Robert Walters Portugal comenta: «Esta questão pode parecer básica, mas é o ponto de partida, ao ter uma contra-oferta sobre a mesa, é mais provável que surjam benefícios melhores do que esperava e pode ser tentador, mas seja claro, o que o levou a procurar um novo emprego? Ou caso tenham procurado por si, porque quis iniciar um processo? Foi curiosidade, para testar as suas competências ou encontrar novos desafios? Manter isso em mente pode ajudá-lo a ter mais clareza sobre a decisão a ser tomada».

A reacção inicial a uma contra-oferta pode ser emocional e impulsiva, mas é importante deixar de lado o entusiasmo de deixar o local de trabalho e os colegas para fazer uma lista de prós e contras e discuti-la com amigos ou familiares de confiança.

 

2. O que está a acontecer na minha empresa actual e onde posso crescer?
Para além dos benefícios imediatos da contra-oferta, ao pensar a médio e longo prazo, onde se vê na organização, há possibilidade de crescimento em linha com o seu plano de carreira?

François-Pierre Puech acrescenta: «Ao entrevistar candidatos, muitos me dizem que o motivo pelo qual desejam mudar de organização são as oportunidades de crescimento. Existem organizações onde o crescimento pode ser constante, noutras leva anos e os planos de crescimento são hierárquicos e burocráticos. É importante que analise seus objectivos pessoais e profissionais para entender onde se vê em um futuro próximo e se existe a possibilidade que está a procurar dentro da organização».

 

3. Porque é que a minha contra-oferta apareceu agora?
Muitas organizações consideram as demissões como um grito de desespero dos colaboradores para serem valorizadas. Mas analise se já havia manifestado anteriormente que gostaria de melhorar algo em seu trabalho (benefícios, actividades) e nada aconteceu? Ter uma conversa aberta com seu empregador actual pode ajudá-lo a entender mais sobre os motivos pelos quais a contra-oferta chegou ao ponto em que pensaram que poderiam perdê-lo.

Se decidir aceitar a contra-oferta, também está expresso o seu empenho em organizar e manter a sua actuação, uma vez que alguns empregadores consideram que se tivesse interesse em sair uma vez, poderia repetir-se no futuro.

 

4. O que me impede de decidir?
Com a actual incerteza no mercado de trabalho pode sentir medo e pode ser mais fácil escolher o «confortável ou seguro», mas pense no que pode estar além da sua zona de conforto, analise os prós e contras de ambas as oportunidades antes de decidir. 

Identifique o que o prende ao seu trabalho actual, são as actividades que executa, a equipa de trabalho, os benefícios? Ao aceitar uma nova oportunidade, o principal é que veja crescimento, seja com maior responsabilidade, melhor rendimento ou o que mais se alinhe aos seus objectivos. Talvez se analisar vai descobrir que os motivos pelos quais gostaria de ficar não são os correctos.

 

5. Sente-se valorizado e reconhecido dentro da organização?
Se anunciou a sua saída e o estão a querer impedir, pergunte-se se é realmente porque o consideram um activo importante para a organização ou se estão apenas à espera para encontrar um substituto e deixá-lo ir porque tinha a intenção de abandoná-los.

François conclui «como candidato é importante ser honesto nos processos e não aproveitar possíveis novas oportunidades como trampolim para obter um aumento salarial com o actual empregador».

Ler Mais