Altice: «As pessoas são o centro de tudo e o mais difícil de replicar»

A Altice quer reforçar a sua reputação como marca empregadora e impulsionar o crescimento e o sucesso da sua equipa, fazendo dos colaboradores a sua prioridade.

 

A estratégia de Employer Branding, levada a cabo pela Altice foi projectada para acompanhar as necessidades internas da organização, assim como as tendências do mercado de trabalho, do recrutamento e do próprio sector. De acordo com Ana Gama Marques, directora de Pessoas e Organização da Altice/MEO, a empresa tem dado maior destaque às áreas da atracção e retenção de talento.

«A estratégia de Employer Branding tem vindo a evoluir e a desenvolver-se para dar resposta às necessidades dos colaboradores e da empresa, promovendo-a enquanto marca empregadora e um local no qual as pessoas ambicionam trabalhar», refere. Prova disso, a responsável revela que, em 2023, houve um aumento bastante significativo do número de candidaturas ao programa de trainees da empresa – DarWIN – que superou as 1500.

A existência de uma forte e consistente estratégia de Employer Branding, alinhada com o propósito da organização, permite à Altice destacar-se da concorrência, «através da construção de uma imagem e reputação forte, e a partir do reconhecimento da cultura interna» – nomeadamente em relação às políticas de recursos humanos, benefícios exclusivos e experiências profissionais.

 

Pilar basilar da estratégia
A Altice defende que as pessoas são a prioridade na definição da estratégia de Employer Branding, já que os colaboradores são o «centro de tudo e o mais difícil de replicar». Considerado como o maior activo, a organização compromete-se a atrair e reter talentos através da «aposta forte numa estratégia de Employee Value Proposition que esteja assente na valorização dos profissionais e na meritocracia».

Actualmente, com um recrutamento a nível global, a profissional refere que a empresa está obrigada a «disputar talentos com grandes multinacionais, presentes em diversos países e com empresas que apresentam propostas de valor bastante ousadas e com uma oferta salarial muito acima da média nacional».

Para evitar a saída de funcionários e a perda de potenciais talentos, a Altice procura «manter a competitividade e atractividade» ao criar políticas de desenvolvimento de colaboradores on the job com especialistas do sector em diversas áreas; realizar acções de formação que procuram abranger várias competências técnicas ou comportamentais; implementar medidas de progressão baseadas no reconhecimento do mérito; disponibilizar políticas de engagement e de responsabilidade social interna, que promovam o sentido de pertença; permitir a conciliação entre a vida pessoal e profissional; e oferecer pacotes de benefícios, como as telecomunicações ou o acesso a experiência de produtos e serviços MEO.

 

Envolvimento dos colaboradores
Em relação à imagem que a Altice pretende transmitir aos colaboradores enquanto empresa empregadora, Ana Gama Marques refere que «a empresa quer deixar uma imagem alinhada com o propósito preconizado e fazer das pessoas o centro de toda a organização». Para a diretora de Pessoas e Organização, «os colaboradores são responsáveis pela implementação da estratégia e da visão de futuro, que compõem o ADN e a missão da empresa de “Ligar pessoas à vida”».

Paralelamente, a empresa também quer ser reconhecida pela promoção do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, assim como pela aprendizagem e pelo desenvolvimento contínuo de cada colaborador. «Pretendemos valorizar e incentivar a proactividade dos colaboradores, criar um ambiente de trabalho positivo e acolhedor, com a melhor tecnologia, além de promover uma estratégia e missão claras, com uma equipa motivada, feliz e capaz de se ajudar mutuamente», acrescenta.

No que diz respeito a desafios, a responsável aponta «a transição do trabalho presencial para o contexto híbrido» como o obstáculo mais difícil de ultrapassar ao nível da cultura interna. «Apesar de ser muito valorizado pelos trabalhadores – e que deve ser potenciado –, o trabalho híbrido apresenta alguns desafios, seja pelo afastamento que pode gerar entre equipas, seja pela diminuição de momentos de partilha ou criação de ideias», reconhece.

Tendo em consideração a dispersão geográfica da Altice, que está presente em todos os distritos de Portugal Continental e em todas as ilhas dos Açores e da Madeira, foram introduzidas iniciativas e criadas ferramentas para aproximar todos os colegas das mais variadas áreas da organização. A título de exemplo, a directora de Recursos Humanos destaca o «plano anual de engagement, “Work and Fun”, que tem como objectivo fomentar o espírito de equipa e entreajuda entre todos os colegas de uma direcção».

Além disso, existe ainda o programa de proximidade, em que a equipa de Pessoas e Organização desloca-se, uma vez por mês, a uma zona geográfica com o propósito de aproximar-se dos colegas e fomentar o sentimento de orgulho e pertença à empresa e às suas marcas. Para isso, a Altice disponibiliza «um conjunto de iniciativas ligadas ao entretenimento, como caminhadas, peddy-papers, sessões de wellness e wellbeing, co-drivers, ou acções ligadas ao negócio, como talks e encontros de promoção de produtos junto dos colaboradores». Adicionalmente, a organização realiza ainda «acções formativas com vista a estimular a relação e a gestão entre equipas ou colegas em modelo de trabalho híbrido ou descentralizado».

 

Talento jovem
A retenção de colaboradores «é um dos desafios que se intensificou mais nos últimos tempos, não só pelo tema da globalização, como também pelo facto de as gerações mais jovens procurarem experiências diferentes, desafios novos ou a garantia de que aquilo que fazem tem um propósito». Com recurso a um estudo da Associação Business Roundtable Portugal e da Deloitte, Ana Gama Marques revela que «Portugal atingiu a 8.ª taxa de emigração mais alta do Mundo – a mais elevada nos últimos 30 anos –, com 25% da população a residir fora do território nacional».

Segundo a mesma fonte, «48% da geração Z está propensa, ou muito propensa, a emigrar, sendo a engenharia e a informática as áreas de formação com população mais propensa a emigrar». A responsável chama ainda a atenção ainda para o facto de «61% dos emigrantes não pensar em regressar a Portugal». Nesse sentido, para uma atracção e retenção de talento eficiente em Portugal, a Altice tem de «oferecer experiências diversificadas aos colaboradores, bem como a oportunidade de participar em projectos inovadores e de progredirem na carreira».

Com 6000 colaboradores e uma diversidade de funções, como data scientists, gestores de produto ou de projecto, jurídicos ou analistas de dados, a profissional quer contar com os melhores profissionais, com a sua ambição e conhecimento para continuar a crescer. «Temos conseguido atrair jovens com bastante potencial, ambiciosos, com vontade e capacidade de crescer em conjunto com a empresa», complementa. Exemplo disso, refere, são «os mais de 230 jovens que já integraram as várias edições do programa de trainees nos últimos quatro anos e que são uma demonstração da aposta no rejuvenescimento da organização».

A responsável enumera, ainda, duas das iniciativas da Altice para a atracção e retenção de talento: «Programa DarWIN e Students@Altice». No primeiro caso, trata- se de «uma experiência que vai muito além dos comuns programas de trainees de 12 meses». Composto por sessões de formação, workshops, sessões de coaching, este programa «apresenta-se como uma oportunidade para adquirir e consolidar conhecimentos». É através destas sessões que «os jovens podem encontrar desafios focados em pessoas, sustentabilidade, negócios e comunidade», revela.

Por último, a outra iniciativa, Students@ Altice, corresponde a «um programa de estágios de verão que junta jovens empreendedores, para realizar formação superior». Com a duração de um mês, «é proporcionada uma experiência diferenciadora que alia conhecimento, trabalho em equipa, diversão e resiliência», conclui a profissional.

 

Este artigo faz parte do Caderno Especial “Employer Branding” publicado na edição de Abril (n.º 160) da Human Resources.

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