Conversas sobre Employer Brand. «As empresas têm de olhar para as oportunidades trazidas pela pandemia», afirma José Miguel Leonardo, CEO da Randstad

A Randstad promove em Maio o mês do Employer Brand, através da transmissão online de entrevistas e debates que irão identificar as grandes tendências dos diferentes sectores através de conversas com os protagonistas. 

Por Paulo Mendonça

 

José Miguel Leonardo, CEO da Randstad, foi o primeiro entrevistado e esteve à conversa com o jornalista Bento Rodrigues sobre o que mudou no mundo do trabalho, quais as tendências, o que preocupa as empresas e a possível evolução da crise económica instalada devido à pandemia de covid-19.

Para José Miguel Leonardo, «é difícil antecipar as consequências, mas o ponto de partida é bastante diferente” daquele que se verificou na crise de 2012, quando o desemprego atingiu uma percentagem de dois dígitos. Esta é uma crise «vinda do nada», mas José Miguel Leonardo acredita que o País está melhor preparado e que isso poderá fazer com que a saída seja mais rápida. «Nos últimos meses já começámos a sentir sinais de alguma recuperação económica».

«As empresas têm de olhar para as oportunidades associadas» à crise, diz José Miguel Leonardo. O CEO da Randstad recorda que o teletrabalho já estava a consolidar-se há algum tempo e foi acelerado com esta crise, que veio também tornar mais rápida a transformação das empresas. «Já há algum tempo que vínhamos a falar de uma Indústria 4.0 ou de uma nova Revolução Industrial», em que a tecnologia iria destruir muitos postos de trabalho conforme os conhecemos hoje, mas também dar lugar a novos. José Miguel Leonardo acredita que existem muitas oportunidades e que «temos tudo para que o futuro possa ser melhor depois da pandemia» do que era antes.

O responsável considera também as empresas tiveram melhorias de engagement nestes últimos tempos porque a pandemia expôs todos de igual forma, independentemente da hierarquia dentro das empresas. Isto veio ajudar a que acontecesse uma «humanização» imediata, em que a prioridade foi a saúde dos trabalhadores. «Na maioria das empresas não foi preciso esperar pelo primeiro decreto de contingência para que as pessoas pudessem refugiar-se e começar a trabalhar em casa».

José Miguel Leonardo sublinha que «seria uma pena se não capitalizássemos esta situação. O equilíbrio entre a vida pessoal e profissional era uma dimensão que já apoquentava muito os trabalhadores em Portugal. Mais até do que no resto da Europa». Segundo o CEO da Randstad, vários surveys da empresa de recrutamento já identificavam essa dimensão como uma das que deviam ser endereçadas pelas empresas. «A parte boa de tudo o mau que temos vivido é termos conseguido testar que é possível trabalhar de forma diferente» de forma remota e flexível, nas situações em que isso é possível.

Nesta entrevista, José Miguel Leonardo comentou ainda a forma como está a desenvolver-se nas empresas o employer brand e da importância da formação numa altura em que muitas profissões estão «efémeras» e em redefinição, entre outros temas.

Veja aqui, na íntegra:

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