COVID-19. Alojamento e Restauração são os sectores mais afectados pela pandemia
Os sectores do Alojamento e Restauração são os sectores com maior impacto decorrente da pandemia. As empresas destes sectores não têm condições para permanecer em actividade um mês (23%), ou só vão conseguir manter-se entre um e dois meses (39%) se não tiverem apoios à liquidez. Esta é uma conclusão do inquérito realizado pelo Banco de Portugal e pelo Instituto Nacional de Estatística.
O inquérito sobre a Situação das Empresas realizado, entre 6 e 10 de Abril, revela ainda que a maioria (98%) das empresas de Alojamento e Restauração registaram uma redução do seu volume de negócios, com as micro empresas a referirem reduções superiores a 75%. Os motivos apontados são as restrições no contexto do Estado de Emergência (98%) e a ausência de encomendas/clientes (92%).
O inquérito, ao qual responderam cerca de 4800 empresas, de todos os sectores, mostra que mais de 60% das empresas da restauração e do alojamento estavam, à data, encerradas temporária ou definitivamente. E que 90% já recorreu ao lay-off simplificado.
Das medidas anunciadas pelo Governo devido à pandemia, apenas uma percentagem muito reduzida das empresas já tinha beneficiado das mesmas.
Os dados do inquérito mostram também que dos novos créditos com juros bonificados ou garantias do Estado, 1/5 das empresas referiu que não beneficiou, nem espera beneficiar, bem como sobre a Moratória dos Empréstimos (31%).
Já o inquérito da AHRESP, cujos resultados foram divulgados a 3 de Abril, revelava que grande parte das empresas (58%), considerava que as linhas de apoio financeiro não eram adequadas às necessidades das empresas, e 80% estimavam, à data da apresentação do estudo, zero vendas em Abril e maio.
A AHRESP alertou para as dificuldades no acesso às linhas de financiamento bancário, e que a melhor solução é a injecção de liquidez nas empresas, directamente pelo Estado.
A incerteza relativamente ao futuro destes sectores, e os constrangimentos gerados pelas linhas de financiamento, levaram a AHRESP a criar uma Plataforma de Monitorização de Financiamentos Bancários, disponível no seu site.
Com esta plataforma, a AHRESP vai acompanhar de perto os processos de pedido de financiamento, actuando de forma rápida sobre os constrangimentos que possam surgir no circuito de aprovação, e que estejam em desconformidade com o regulamentado.