COVID-19. O muito que tantos (empresas e profissionais) estão a fazer para ajudar no combate à pandemia

Desinfectantes, batas, viseiras, máscaras, ventiladores. De acordo com o jornal “Público”, não faltam exemplos de como empresas e movimentos cívicos se estão a organizar para combater a pandemia de COVID-19. 

 

Há empresas a reformular linhas de montagem, colaboradores que usam o intervalo de almoço para produzir o que é mais necessário, investigadores que, ainda que recolhidos em casa, continuam a trabalhar em rede para conseguir arranjar soluções inovadoras para suprir carências que os técnicos de saúde em primeiro lugar, e a população no geral, continuam a ter para enfrentar os problemas trazidos pela pandemia da COVID-19.

Nas empresas já houve casos de conversão de produção. O sector têxtil foi dos primeiros a fazer essa reconversão, intensificando a produção de equipamentos de protecção.

Um consórcio de cinco empresas, composto pela Polopique, Calvelex, Lameirinho, Riopele e Paulo Oliveira, uniu esforços para a produção de batas hospitalares. «O nosso problema foi arranjar a matéria-prima, porque estamos completamente reféns da China. E nós queremos ter a certeza de que estamos a trabalhar com o material adequado. Tivemos alguns problemas nisso, mas acredito que a partir de segunda-feira já teremos a empresa a trabalhar apenas nestas batas», explicou em declarações ao Público, César Araújo, da Calvelex, que é também dirigente da Associação Nacional das Indústrias de Confecção e Vestuário (Anivec).

«Este sector está sempre na linha da frente a procurar respostas», diz o empresário, referindo o esforço que está a ser feito por muitas empresas. «Trabalharemos dia e noite, se for preciso», avisou.

A TMR, de Guimarães, está a produzir cogulas (protecções para a cabeça) para os profissionais do hospital local e de outras cidades protegerem a cabeça. Tiram duas horas do dia, na paragem de almoço, para fazer entre 100 e 200 protecções por dia.

A Embalcut, uma empresa de Guimarães que produz habitualmente embalagens para cutelarias, vinhos, cosmética e outros produtos, entregou esta quarta-feira 100 viseiras ao hospital da cidade. E promete continuar a produzi-los para ajudar a proteger os profissionais de saúde.

Depois de ter doado diverso material, como viseiras e fatos, aos hospitais de Santa Maria e Curry Cabral em Lisboa, quando a crise provocada pela pandemia de covid-19 ainda não tinha as proporções actuais, a fábrica da Autoeuropa, do grupo Volkswagen, em Palmela, começa agora a entrega de material de protecção a outras duas unidades hospitalares. A unidade onde trabalham quase 6000 pessoas está com a laboração suspensa até ao dia 16 de Abril, mas há voluntários que continuam a ir para a empresa produzir viseiras que vão ser entregues ao pessoal médico dos hospitais da região.

Há vários exemplos de empresas que uniram esforços e saíram do seu habitual nicho de mercado para responder a necessidades imediatas. Por exemplo, o grupo Super Bock e a Levira também se juntarm para converter o álcool de produção de cerveja em gel desinfectante para três unidades hospitalares da região do Porto.

Outras, não podendo alterar a sua produção para estas áreas, anunciam doações para compras de ventiladores. A Mota-Engil, por exemplo, doou 17.000 batas como equipamento de protecção individual para os profissionais de saúde do Hospital de São João no Porto.

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