COVID-19. Qual o grau de confiança dos gestores na economia nacional?

A maioria (81%) dos empresários participantes afirma que as medidas de apoio implementadas pelo Governo por causa da COVID-19 são insuficientes. Esta é uma das conclusões do Barómetro Kaizen. Conheça as restantes.

 

O grau de confiança dos gestores na economia nacional encontra-se nos 8,4 valores em 20, um valor inferior ao do último barómetro realizado pelo Kaizen Institute, em Fevereiro deste ano, quando o grau de confiança se apresentava nos 12,1 valores.

Olhando para os programas de apoio disponibilizados pelo Estado, metade dos inquiridos já recorreu ou planeia recorrer ao lay-off simplificado, isto é, ao apoio extraordinário à manutenção de contratos de trabalho. Além disso, 43% dos empresários consultados já recorreu ou pretende recorrer à flexibilização do pagamento de impostos.

António Costa, Senior partner do Kaizen Institute Western Europe, esclarece: «Por considerarem que estas medidas não estão a ser suficientes, os empresários com quem o Kaizen Institute colaborou indicaram várias iniciativas que consideram importantes e que gostariam que fossem implementadas. 40% dos inquiridos destacou questões como a isenção de comissões nas Linhas de Crédito disponibilizadas pelo Estado, a adopção do apoio financeiro às famílias ou a possibilidade de isenção de contribuições sociais a empregadores que optem por pagar acima dos valores previstos pela lei em caso de lay-off.»

O barómetro revela ainda que mais de metade das empresas (55%) já reduziu ou vai reduzir postos de trabalho devido à pandemia. A maioria dos empresários prevê que seja necessário um período entre seis e mais de 12 meses para retomar o nível de actividade pré COVID-19.

E a maioria das empresas (54%) tem pelo menos um quarto dos seus colaboradores em teletrabalho, realidade que na opinião dos empresários (57%) resulta numa menor eficiência e desempenho.

«É um período fora do normal e de adaptação para todos. O ponto positivo é que grande parte das empresas que inquirimos estavam preparadas para manter a sua actividade em pleno, Esta preparação facilitou a adaptação imediata de postos de trabalho, o horário dos turnos e a adopção de medidas para movimentar materiais, limitar pessoas por área e até para contactar com o exterior. No caso dos colaboradores em teletrabalho, contribuiu para a imediatez da transição, que nesta fase é fundamental» realça António Costa.

O Barómetro Kaizen é um estudo de opinião desenvolvido (por norma) semestralmente pelo Instituto Kaizen em Portugal junto de administradores e gestores de médias e grandes empresas que actuam no mercado português sobre a sua perspectiva quanto a temas de actualidade, à evolução da economia e do seu negócio, perspectivando tendências e desafios.

A edição COVID-19 do Barómetro Kaizen é uma edição especial, que pretende aferir qual a perspectiva das empresas face à nova conjuntura social e económica que apanhou o país de surpresa com a pandemia Covid-19. O Kaizen Institute inquiriu mais de 220 gestores de empresas que representam, no seu conjunto, mais de 35% do PIB de Portugal.

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