Cultura inclusiva promove evolução de carreiras
Factores como a flexibilidade, promoção do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, autonomia ou respeito pelo indivíduo garantem quatro vezes maior probabilidade de as mulheres alcançarem cargos superiores de direcção a nível global, segundo um estudo da Accenture.
Esta análise, feita com base nas respostas de 22 mil inquiridos, de diferentes graus académicos, em 34 países, foi publicada no âmbito do Dia Internacional da Igualdade Feminina, que se celebrou no passado domingo (26 de Agosto). O “Getting to Equal 2018” teve como objectivo medir a percepção dos colaboradores relativamente aos factores que contribuem para a cultura empresarial.
Nesse sentido, foram identificados 40 factores que, quando presentes no local de trabalho, conduzem a uma cultura de igualdade onde todos os colaboradores podem ser bem-sucedidos. Se considerarmos o aumento, em quatro vezes, da probabilidade das mulheres alcançarem cargos superiores se estes forem tomados em consideração, concluímos que por cada 100 executivos do género masculino, poderiam existir 84 mulheres no mesmo cargo, face ao actual rácio de 100 para 34.
A questão salarial poderia ser igualmente revista: o salário das mulheres poderia aumentar em cerca de 51% por ano em empresas com uma cultura mais inclusiva. E não são apenas as mulheres a prosperar numa cultura de igualdade: o estudo demonstrou também que existe uma maior progressão de carreira de homens em ambientes organizacionais mais equitativos.
O relatório mostra ainda que iniciativas exclusivas para mulheres podem ser contraproducentes. Por exemplo, quando é encorajado pelas empresas que também os homens aproveitem a licença de paternidade, o impacto negativo na carreira das mulheres ao gozar a sua licença de maternidade é eliminado.
«A cultura empresarial é definida a partir de cima. Para que as mulheres possam ascender, a igualdade de género deve ser uma prioridade estratégica para o CEO e para o Conselho de Administração das empresas», afirma Fernanda Barata de Carvalho, Inclusion & Diversity Lead da Accenture Portugal.
Comunidade LGBT
1500 dos inquiridos fazem parte da comunidade LGBT, tendo o estudo avaliado também as suas percepções. Em empresas onde existe uma cultura inclusiva, concluem, os profissionais desta comunidade revelam maiores características de liderança, uma maior probabilidade de atingir cargos superiores e maior satisfação com as suas carreiras.
Observou-se ainda que os profissionais LGBT têm uma probabilidade superior de chegar à equipa executiva, bem como a outros cargos de liderança. Em organizações onde a cultura de igualdade não está tão presente, estes profissionais estão mais propensos a sofrerem discriminação e/ou assédio, sendo que mais de metade destes colaboradores já recebeu solicitações para mudar a sua aparência.
A Accenture assumiu um compromisso com a promoção da inclusão e com o desenvolvimento da diversidade e pretende assegurar a cada um dos seus colaboradores um sentimento de pertença, onde todos se sentem aceites, independentemente da sua etnia, religião, orientação sexual, idade ou incapacidade, e estão confortáveis para falar sobre temas como religião ou raça. «A diversidade não deve ser encarada como um obstáculo, mas sim uma força, uma fonte de inovação, criatividade e vantagem competitiva», defende Fernanda Barata de Carvalho. «Cada pessoa traz a sua perspectiva e aptidões únicas, tornando-se assim num activo diferenciador que contribui de modo ímpar para a nossa empresa.»
Pode encontrar o estudo completo aqui.
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