Depois das tecnológicas, as consultoras: há mais uma “grande” a implementar normas de regresso ao escritório
A McKinsey & Co. está a considerar aumentar o número de idas ao escritório dos colaboradores norte-americanos, à medida que a consultora se junta a uma série de grandes empresas que têm vindo a limitar o trabalho remoto, refere a Bloomberg.
Os partners de Miami e Boston disseram recentemente aos colaboradores que em breve deverão regressar ao escritório com mais frequência, revelaram fontes ligadas ao tema. Esta postura mais rigorosa também se aplicaria aos consultores que estão entre projectos.
A medida provocou angústia entre alguns consultores da empresa, que muitas vezes trabalham remotamente quando não estão destacados para um projecto. Normalmente, estes colaboradores só estão no escritório quando precisam de ter reuniões com os clientes.
«A nossa abordagem vai equilibrar o melhor da aprendizagem presencial e da conectividade com o que aprendemos nos últimos anos», disse Eric Kutcher, Senior partner e chair da McKinsey na América do Norte, num memorando aos colaboradores. «É de salientar que, como sempre aconteceu na nossa empresa, iremos definir um conjunto renovado de expectativas e não uma política.»
A McKinsey tem cerca de 45 mil colaboradores em todo o mundo, um aumento de 60% desde 2018. A consultora registou uma desaceleração na procura dos seus serviços nos últimos meses, embora também tenha registado um aumento no número de clientes que procuram projectos relacionados com Inteligência Artificial.
«Sabemos que passar tempo presencialmente com os clientes e nos nossos escritórios leva a uma melhor aprendizagem, a um impacto mais forte no cliente, a mais inovação e a um tecido social mais forte», referiu Kutcher em comunicado.
Também a PricewaterhouseCoopers LLP disse recentemente aos colaboradores do Reino Unido que tinham de passar pelo menos 60% do seu tempo no escritório ou com clientes, acima da exigência anterior de dois a três dias por semana. Já para não falar da Amazon que pediu aos colaboradores que regressem ao escritório cinco dias por semana a partir de Janeiro.
Estas medidas suscitaram uma discussão renovada sobre as políticas de trabalho flexível, que se tornaram norma em muitas organizações no rescaldo da pandemia, e foram usadas como forma de atrair novos e diversificados talentos.
Um novo inquérito concluiu que, no Reino Unido, os trabalhadores remotos foram prejudicados no crescimento salarial nos primeiros dois anos após a pandemia, enquanto os trabalhadores presenciais obtiveram maiores ganhos para compensar a falta de benefícios do
A McKinsey, por seu lado, concluiu na sua própria investigação que os regimes de trabalho flexíveis têm sido especialmente valorizados pelas mulheres trabalhadoras.
«As colaboradoras referem consistentemente a maior produtividade e a redução do burnout como principais benefícios» das opções de trabalho híbrido, afirmou a empresa no seu último relatório “Women in the Workplace”. «E a flexibilidade é especialmente importante para as mulheres, que relatam ter mais tempo de concentração para realizar o seu trabalho quando trabalham remotamente.»