Despedimentos colectivos até Agosto já ultrapassaram o valor total do ano passado

As empresas despediram mais pessoas até ao fim de Agosto do que em todo o ano de 2023, avançou o  Diário de Notícias, que citou dados da Direcção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), que revelam que houve 318 empresas em Portugal a avançar com processos para o despedimento colectivo de 4190 trabalhadores, dos quais 3929 foram efectivamente despedidos.

 

De acordo com a publicação, no total de 2023, houve 431 empresas a comunicarem despedimentos colectivos, um máximo desde 2025. Das 3819 pessoas incluídas nestes processos, foram efectivamente despedidas 3622,  já que 19 viram o processo revogado e 178 foram sujeitas a outras medidas.

Este ano, entre Janeiro e Agosto, foram efetivamente despedidos 3929 trabalhadores. Um aumento homólogo de 79% no número de trabalhadores e de 37% no número de empresas (233).

Mais de metade dos despedimentos foram justificados pela necessidade de reduzir pessoal. Em termos regionais, Lisboa e Vale do Tejo lidera, com 169 empresas a despedir 1943 trabalhadores, seguindo-se o Norte, com 92 empresas e 1633 trabalhadores.
A publicação revela ainda que das 318 que comunicaram processos de despedimento colectivo, 75% são micro e pequenas, com 102 e 136 entidades, respectivamente. Ao nível do número de trabalhadores envolvidos, e sem surpresa, um terço (1398 pessoas) são de grandes empresas, mas que, no seu conjunto, tinham mais de 17 800 trabalhadores. Ja no caso das microempresas, trata-se de entidades com 564 trabalhadores e que pretendiam despedir 430. As pequenas empresas pretendiam cortar 46% dos seus colaboradores, com 1361 abrangidos.

Quase um quarto dos despedimentos foram nos sectores do comércio por grosso e a retalho e da reparação de veículos automóveis e motociclos, seguindo-se, com uma quota de 20% cada, as indústrias transformadoras e as actividades de informação e de comunicação.