“Do your best by also having fun” ou a felicidade no trabalho

Por Luís Roberto, Managing Partner da Comunicatorium e Professor convidado do ISCSP-ULisboa

Ao longo da minha carreira profissional tive a oportunidade e o privilégio de trabalhar com diversos leaders de diferentes latitudes, culturas e visão sobre o mundo das empresas e dos negócios.

Em todos eles, sempre observei e com eles aprendi, sobre a importância de ter ambição nos resultados, a vontade de chegar mais longe e uma forte preocupação com as pessoas.

Os grande desafios que juntos tivemos de ultrapassar, sempre foram vistos como uma oportunidade de crescimento e de aprendizagem contínua, onde a troca de ideias e a partilha do conhecimento entre todos, permitiu-nos atingir o que à partida poderia parecer impossível, ou em alguns momentos quase utópico.

Não que os desafios não fizessem sentido, ou que não fossem absolutamente necessários, para responder ás necessidades da empresa, mas eram várias as interrogações, quando o tema era o bem-estar das pessoas.

A informação sobre o porquê de fazermos e o risco de não o fazer, sempre foi uma prática presente,  levando a que todos sem exceção soubessem o que se esperava de cada um a cada momento, e qual a sua responsabilidade em todo o processo.

Adaptar o estilo de comunicação à personalidade da equipa, sempre foi a estratégia usada.  Julgar que se pode gerir todos da mesma forma, e pensar que cada um gosta de ser gerido da forma como sou gerido, não é a absolutamente a fórmula eficaz, nem a maneira correcta para se ter sucesso.

Em diversos momentos apercebi-me que delegar, não significa apenas ter mais tempo disponível para outras tarefas, também elas importantes. Significa dar a oportunidade ás equipas para se desenvolverem, automotivarem e promoverem a prática de skills e outros comportamentos favoráveis ao processo.

Tornar as equipas produtivas, obriga-se por saber dar feedback.

As pessoas necessitam de feedback e de strokes positivos. Necessitam saber como são apreciadas, como a empresa vê o seu trabalho, a forma com se relacionam com outros, e o espaço que têm para progressão.

Dizer apenas “obrigado”, não implica o aumento de custos,  e faz uma grande diferença.

Nas diferentes fases deste meu percurso, o planeamento e a capacidade para produzir planos robustos, sempre foram o ponto de partida de qualquer programa ou de um simples projeto.

A robustez significa também saber aprender com o passado, e tirar as necessárias conclusões para que se evitem os erros e obstáculos que possam inviabilizar o progresso dos trabalhos.

Os lessons learned, que normalmente são varridos para debaixo do tapete,  levaram-nos a concluir sobre a importância da definição de milestones que possam ser alcançados, sem por em causa a saúde, a segurança e os limites da equipa.

Atualmente, é comum as organizações oferecerem inscrições em ginásios, aulas de yoga ou até mesmo meditação aos seus colaboradores, esquecendo-se por vezes de olhar para a intensa agenda da equipa, não permitindo beneficiar destas ofertas.

Os programas de saúde e bem-estar não funcionarão, se não existir uma cultura em que se aceite colocar em primeiro lugar o bem-estar do próprio.

Ser feliz no trabalho é fazer algo que se gosta, é ter a motivação para realizar as tarefas e cumprir com os objetivos. É acordar bem disposto, porque se vai para o local de trabalho.

Recordando os líderes com quem trabalhei, “Do your best by also having fun” não foi apenas uma mensagem criada para um qualquer programa de transformação.

Foi um convite à reflexão sobre o que cada um mais gostava de fazer, sobre as suas capacidades e expetativas, sobre o desenvolvimento pessoal, e o caminho a seguir para atingir os objetivos. O ambiente de trabalho, o sentimento de pertença, a confiança e a identificação com o propósito da empresa, as relações interpessoais, a comunicação positiva, são igualmente fatores fundamentais para promover a felicidade das equipas.

Acredito que esta é a forma para que as equipas se sintam realizadas e possam consequentemente atingir a felicidade no trabalho, onde a empresa mas também cada um individualmente, tem um importante papel a desempenhar.

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