Dois terços dos líderes a nível mundial não contratam alguém sem esta competência. É uma resposta ao facto de quase metade dos profissionais revelarem intenção de mudar de emprego já no próximo ano

A mais recente edição do Work Trend Index da Microsoft, o relatório que traça as principais tendências do mundo do trabalho, desta vez em conjunto com o LinkedIn, mostra que 46% das pessoas em todo o mundo estão a considerar demitir-se já no próximo ano, uma percentagem recorde desde a Grande Demissão de 2021.

 

Neste contexto, o conhecimento em IA está a ser cada vez mais valorizado pelos novos empregadores, com dois terços dos líderes a afirmarem não contratar alguém sem competências nesta tecnologia, ao mesmo tempo que 55% referem estar preocupados com a falta de talentos suficientes para preencher vagas já este ano, sendo as áreas de cibersegurança, engenharia e design criativo as que mais sentem esta carência.

No entanto, o estudo demonstra ainda o outro lado da moeda, com apenas 39% dos utilizadores a receberem formação em IA da parte da sua empresa, estando estes, por isso, a apostar na aquisição de competências por conta própria – só no final do ano passado, aumentaram 142 vezes o número de utilizadores do LinkedIn a adicionar competências de IA – como Copilot e ChatGPT – aos seus perfis, assim como cresceram em 160% os profissionais não técnicos a usar cursos do LinkedIn Learning para melhorar a sua aptidão em IA.

Já as menções de IA em anúncios de emprego no LinkedIn impulsionam um incremento de 17% nas candidaturas.

No contexto laboral, o Work Trend Index demonstra que três em cada quatro trabalhadores especializados (75% dos referidos knowledge workers) já utilizam IA generativa no contexto de trabalho, destacando como benefícios desta utilização a poupança de tempo, o aumento da criatividade e a possibilidade de se concentrarem no trabalho mais importante.

Do lado dos líderes, embora 79% dos inquiridos concordem que a adopção da IA seja fundamental para as organizações se manterem competitivas, 59% estão preocupados em quantificar os ganhos de produtividade da IA, e 60% temem que a sua empresa não tenha uma visão e um plano para implementá-la.

Se por um lado estão os líderes, que sentem a pressão para transformar os ganhos de produtividade individuais em impacto organizacional, do outro lado estão os colaboradores, que não querem esperar para colher os benefícios, e prova disso é o facto de 78% dos utilizadores de IA estarem a trazer as suas próprias ferramentas de IA para o trabalho.

Outro dos resultados retirados do Work Trend Index foi a definição de quatro tipos de utilizadores de IA, desde os cépticos até aos utilizadores avançados. Sobre este último grupo, o estudo demonstra a capacidade de estes reorientarem os seus dias de trabalho, repensarem os processos de negócio, e pouparem mais de 30 minutos por dia. De acordo com a pesquisa, mais de 90% dos utilizadores avançados dizem que a IA torna a sua carga de trabalho avassaladora mais fácil de gerir e o seu trabalho mais agradável.

Ao mesmo tempo, os utilizadores avançados têm 61% mais probabilidade de terem ouvido da parte do seu CEO sobre a importância de usar IA generativa no trabalho; 53% mais probabilidade de serem incentivados pela liderança para refletir como a IA pode transformar a sua função; e 35% mais probabilidade de receber formação personalizada em IA para a sua função ou cargo específico.

O Work Trend Index contou com um inquérito a 31 mil pessoas em 31 países – através dos quais se identificaram tendências laborais e de contratação do LinkedIn – assim como com uma análise a biliões de sinais de produtividade do Microsoft 365, e com uma pesquisa junto de clientes da Fortune 500.

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