Hoje as empresas também são avaliadas pelos candidatos. E é isto que mais valorizam num anúncio de emprego

A Michael Page realizou um estudo sobre o impacto dos anúncios de emprego junto dos candidatos portugueses. Quando questionados sobre o que consideravam mais importante nos anúncios de emprego, a localização da posição surge como um factor relevante. Mais de metade dos inquiridos (59%) indicaram que a localização é uma informação essencial, seguindo-se o tipo de contrato (47%) e o título da função (44%).

 

O inquérito, que abrangeu 428 candidatos desde o final de Setembro até metade de Dezembro de 2021, e analisa os vários factores que contribuem para que os profissionais se candidatem ou não a uma posição, mostra que os candidatos destacam ainda outras informações importantes nos anúncios de emprego, nomeadamente a indicação sobre o salário (37%), seguindo-se a senioridade da função (24%). Uma minoria (19%) refere o critério do nome da empresa e a data de publicação do anúncio.

A análise da Michael Page revela ainda que uma elevada percentagem dos candidatos (68%) lê os anúncios de emprego por completo e os restantes indicaram que leem 80-90% do conteúdo. A acessibilidade impulsiona a leitura do anúncio dado que mais de um terço (37%) afirma recorrer aos telemóveis para ler os anúncios e 26% utiliza o mesmo dispositivo para a candidatura. No entanto, quase metade dos profissionais (49%) continua a utilizar o computador para se candidatar.

No que diz respeito à criatividade do formulário para atrair a atenção do candidato, alguns recrutadores estão a realizar experiências com formatos de anúncios originais e criativos. Mas os candidatos inquiridos pela Michael Page têm outras prioridades, 61% preferem um formato profissional e detalhado, cerca de 35% preferem subgrupos no anúncio de emprego, enquanto 33% preferem anúncios curtos e concisos.

A informação sobre a cultura da empresa é também um aspeto valorizado pela maioria dos candidatos, referido por 88%. Uma percentagem semelhante (87%) tem ainda interesse em saber o intervalo salarial, enquanto 69% afirma que pretende mais informação sobre os benefícios da empresa.

A análise conclui ainda que a leitura de um anúncio de emprego não justifica necessariamente que o candidato pretenda concorrer a uma determinada posição. Alguns candidatos usam essa informação para terem uma referência salarial e a descrição da função para compararem com a sua. No entanto, apenas 16% dos inquiridos afirmam que usam os anúncios como referência regularmente (pelo menos uma vez por ano), enquanto 23% o fazem a cada 2-3 anos. No entanto, a grande maioria dos inquiridos (61%) afirma que nunca recorreram a anúncios de emprego como referências.

Como nem todos os candidatos que leem um anúncio de empresa se candidatam à função, o estudo analisa os factores que levam a rejeitar uma oportunidade, destacando as qualificações. Assim, 61% dos entrevistados refere que não se candidatam a uma posição quando sentem que são mais ou menos qualificados para a desempenharem. O segundo factor mais importante é a precisão do anúncio de emprego. Quase metade (46%) dos inquiridos indica que não se candidata se o anúncio tiver erros ou inconsistências.

Outros critérios incluem a localização (factor determinante para 41% dos profissionais), anúncios desactualizados (36%), reputação negativa da empresa (35%) e salário/benefícios inadequados (33%). Os recrutadores e chefias devem considerar que 31% dos inquiridos não se iriam candidatar a uma posição se fosse necessário preencher longos formulários.

Relativamente às fontes de informação mais utilizadas pelos candidatos a um novo emprego, a vasta maioria (92%) recorre a consultas ao website da empresa. Uma proporção mais reduzida (63%) consulta as redes sociais da empresa e 61% utiliza avaliações online em sites como o Glassdoor. Cerca de um terço dos inquiridos (34%) indicou que tentou contactar colaboradores actuais ou antigos para ter uma melhor perspectiva da empresa.

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