«É preciso reforçar uma cultura de aprendizagem, de curiosidade e de responsabilização», afirma director de Capital Humano da PwC
Acreditando que o local de trabalho é também um local para aprender, a PwC tem vindo a reforçar uma cultura de aprendizagem, de curiosidade e de responsabilização, incentivando o feedback, a partilha de conhecimentos e o treino on-the-job.
A área da formação da PwC têm tido uma transformação significativa nos últimos anos, sobretudo com uma aposta clara na adopção de uma cultura de aprendizagem e na produção de cursos/conteúdos formativos presenciais e on-line. «Paralelamente, existiu também um investimento na implementação de soluções tecnológicas de suporte à aprendizagem e gestão da formação que permitem uma maior facilidade e flexibilidade na aquisição de conhecimento», destaca Nuno Gonçalo Simões, Human Capital director, Portugal, Cabo Verde e Angola.
Do ponto de vista do desenvolvimento das pessoas, tudo o que a organização pode fazer para colocar as pessoas em contacto, ainda que num cenário à distância, pode ser uma ferramenta útil. «Não acredito em soluções únicas e em colocar todos os ovos no mesmo cesto, mas sim numa aposta multi-canal, que considere múltiplas formas de aprendizagem», afirma Catarina J. Morgado, head of PwC’s Academy, Portugal e Angola.
«Constitui uma grande ferramenta ter uma plataforma onde possa pesquisar e encontrar aquilo que preciso para me desenvolver, mas considero fundamental ter uma cultura de aprendizagem, em que exista partilha entre as equipas, bem como constitua uma prática poder contar com o apoio one-to-one de alguém.»
Nuno Gonçalo Simões acrescenta que a tecnologia, de uma forma geral e na grande maioria dos casos, irá ser sempre um excelente impulsionador de desenvolvimento, «e na área do Capital Humano isso não é excepção. Em tempos como os que vivemos, conseguimos perceber que a criatividade aliada à necessidade, conseguem trazer ao de cima ideias e soluções inovadoras. Exemplo disso – continua – tem sido a utilização de ferramentas tecnológicas no contexto de ensino à distância, em feiras de emprego e eventos virtuais; e a utilização da tecnologia fora do seu âmbito inicial com a utilização da realidade aumentada na área de recrutamento e formação.» Não obstante, o responsável acredita que a componente humana será sempre um factor diferenciador, que poderá potenciar a inovação até ao limiar daquilo que é um dos valores da PwC (Re)Imaginar o possível”.
Os pilares estratégicos
Os pilares estratégicos da formação na PwC passam pela construção de um local para aprender, criar um local para trabalhar e proporcionar um local de partilha. «Se considerarmos estes tópicos como o início da viagem na PwC, o nosso objectivo principal será criar uma experiência de aprendizagem personalizada, desenvolvendo as competências necessárias, agora e no futuro»,
esclarece Nuno Gonçalo Simões. «Acreditamos que, dessa forma, conseguimos reforçar uma cultura de aprendizagem, de curiosidade e de responsabilização, incentivando o feedback, a partilha de conhecimentos, o treino on-the-job e o uso dos recursos formativos que a firma disponibiliza a todos os colaboradores.» A aposta da PwC tem passado por garantir diversidade de metodologias e conteúdos. Desta forma, a organização confia que consegue enriquecer a proposta interna e mais facilmente chegar aos seus colaboradores, colmatando as suas necessidades formativas. «Temos vindo a implementar diversos sistemas e aplicações de suporte à formação. Exemplo disso é a nossa plataforma de aprendizagem Vantage, disponível também em mobile, que permite que cada colaborador possa aceder, a qualquer momento e em qualquer lugar, a um repositório de conteúdos nas mais diversas áreas de interesse e em diferentes formatos – vídeos, elearnings, podcasts, artigos e cursos –, customizando assim uma parte relevante da sua formação e desenvolvimento», esclarece o responsável.
PWC’S Academy
A PwC’s Academy é uma unidade de negócio da PwC que assenta a sua actuação no know how dos seus profissionais. «Significa que somos uma equipa aparentemente pequena, mas que, na prática, conta com o contributo de milhares de profissionais PwC das diferentes áreas de actuação, em diferentes territórios espalhados pelo globo», faz notar Catarina J. Morgado. «Assim, a equipa da PwC’s Academy funciona como um elemento agregador que contribui para a promoção da marca, das diferentes áreas de actuação e constrói soluções de aprendizagem em co-criação com os nossos profissionais.»
O portefólio da PwC’s Academy tem sete áreas chave: contabilidade e finanças, Tax & Legal, Compliance & governance, digital & analytics, desenvolvimento de talento, banca e seguros e sustentabilidade, às quais acrescentou, recentemente, o portefólio de formação a distância, de forma a dar maior visibilidade as soluções de elearning que já faziam parte do seu ADN, mas também as sessões online com formador criadas para fazer face ao panorama actual.
«A nossa diferenciação consiste no facto dos formadores serem os nossos consultores e auditores, profissionais experientes com a experiência de terreno conquistada no dia-a-dia com os nossos clientes», sublinha a responsável pela PwC’s Academy. «A essa experiência – acrescenta –, a PwC alia os princípios de design instrutivo e metodologias comprovadas de modo a construir soluções de aprendizagem eficazes. O nosso foco está na necessidade e no cariz prático que transmitimos nas nossas formações, quer se trate do formato presencial, on-line com formador ou de auto-estudo – elearning. Privilegiamos métodos activos e que convidem os participantes a reflectir e construir a sua aprendizagem.»
Formação em confinamento
Com a pandemia causada pelo novo coronavírus, a PwC teve de se adaptar a uma situação de impossibilidade de existirem formações presenciais. «Primeiro, começámos por anular as formações em programas internacionais e nacionais que fossem nestes moldes e, em segundo lugar, começámos a planear e a preparar uma nova oferta, quer de adaptação de conteúdos presenciais para um formato virtual, quer na construção de novos conteúdos formativos em formato de e-learning, bem como na preparação dos formadores internos para a utilização em potenciação dessas ferramentas», revela Nuno Gonçalo Simões.
Existiu um aumento dos conteúdos online e da oferta na plataforma Vantage, na qual começaram por destacar conteúdos formativos associados a aplicações de trabalho remoto e a ferramentas colaborativas, avançando também para destacar conteúdos e cursos técnicos que pudessem ser aproveitados neste período para o desenvolvimento individual.
O responsável realça ainda: «Perante a nova realidade, as áreas de conhecimento que identificamos como sendo prioritárias são as relacionadas com o Digital Upskilling. Na PwC este programa consiste na transformação digital, com o objectivo de ajudar os colaboradores, a organização e os clientes a alinharem-se com as exigências/tendências digitais futuras. Através de diferentes actividades formativas, pretendemos desenvolver competências e criar oportunidades para uma aprendizagem conjunta e para a partilha do conhecimento adquirido.»
Com as transformações a que se assistiu nos últimos meses, as plataformas de e-learning ganharam renovada importância, e se dúvidas houvesse sobre a sua pertinência, as empresas que já apostavam em ferramentas de aprendizagem à distância, como é o exemplo do elearning, viram a sua tarefa de continuidade do desenvolvimento dos colaboradores mais facilitada.
Para Catarina J. Morgado, «o mais importante continua a residir na diversidade, isto é, ainda que à distância, é possível proporcionar oportunidades de auto estudo – recorrendo ao elearning mais clássico –, mas também sessões síncronas com formador – recorrendo a salas de formação virtuais –, bem como momentos de partilha e interacção das equipas.»
Nuno Gonçalo Simões acrescenta que deverá ser dada prioridade aos programas considerados core, garantindo que acontecem, ainda que possam ser adaptados, sem nunca descurar os níveis qualitativos. «Acredito igualmente que este será um bom momento para existirem reflexões internas acerca de potenciais alterações que possam trazer melhorias a programas que foram adaptados, mas que no futuro poderão manter-se em formatos virtuais ou mistos, garantindo ganhos de eficiência em qualidade, tempo e valor.»
Mesmo nos tempos de excepção que vivemos, em que é compreensível que exista receio da COVID-19, Catarina J. Morgado garante que o sentimento por parte dos clientes é dar continuidade aos planos de formação, «embora com muita cautela e ponderação, reflectindo sobre os projectos críticos que faz sentido dar continuidade no formato online e aqueles em que poderá fazer sentido aguardar pelo regresso do formato presencial».
Neste momento, as competências principais a serem desenvolvidas na PwC estão relacionadas com o “Digital Upskilling” e com a “Liderança num Mundo Digital”. Estes temas, ao estarem associados à transformação digital, implicam igualmente uma gestão para a mudança na empresa. «O nosso principal objectivo será dar suporte ao nosso negócio, assegurando que as nossas pessoas possuem as competências que lhes possibilitem ter sucesso no futuro», conclui Nuno Gonçalo Simões.
Este artigo faz parte do Caderno Especial “Formação”, publicado na edição de Junho (n.º 114) da Human Resources.