E se pudéssemos criar florestas em contexto urbano (e industrial)? A primeira ilha da biodiversidade foi criada na Lisnave e envolveu os colaboradores

O grande objectivo das Ilhas de Biodiversidade é trazer a floresta e aproximar as pessoas da natureza, combater as alterações climáticas e sensibilizar para a importância destas acções.

 

Vítor Gordo, fotógrafo de profissão e apaixonado por árvores, é o responsável pelo projecto, que surgiu durante a pandemia. «Portugal é um dos países onde existem mais rotundas e um dos objectivos será procurar reaproveitar esses espaços que fazem parte da nossa “paisagem” e transformá-los em microflorestas nativas inseridas em contexto urbano – ilhas de biodiversidade – à vista de todos, mas protegidas», refere.

 

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Inspirado no método japonês Miyawaki, que procura pequenos espaços urbanos ou industriais para plantar microflorestas de rápido crescimento, as Ilhas de Biodiversidade utilizam espécies nativas adaptadas ao local e assim com uma menor manutenção e necessidade de água. Plantam em alta densidade replicando o que acontece na natureza, cerca de 3 a 7 árvores ou arbustos por m2.

 

E a primeira ilha de biodiversidade já existe em Portugal. Nasceu no passado dia 17 de Novembro, na Lisnave – Estaleiro Navais situada em Setúbal, e contou com a participação de mais de 30 colaboradores de diferentes departamentos. Nessa actividade foram plantadas 150 árvores e arbustos de 23 espécies diferentes, num espaço de 50 m2.

 

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Como parceiros deste projecto, a Navigator cedeu estilha de casca de eucalipto, a NAM Mushroom cedeu a manta morta (após o cultivo de cogumelos sobram os sacos com borras de café e palha que são um excelente fertilizante), que servirá de cobertura de solo “mulch”, e a AGRILOJA de Setúbal cedeu o material de rega.

«No que diz respeito à água, a floresta será regada apenas nos dois primeiros anos, uma vez que após esse período será autosuficiente», explica Vítor Gordo.

 

Plantar uma floresta num contexto industrial tem os seus desafios, mas também traz vantagens que, ao longo do tempo, se vão tornar mais visíveis, como a redução da pegada de carbono, a transformação de CO2 em oxigénio, a melhoria da qualidade do ar, a redução da erosão do solo e a criação de uma ilha sombra para controlo de temperatura.

Além do combate às alterações climáticas, o projecto permite também envolver os colaboradores das empresas, trazendo as questões ambientais para um sentido prático e educacional.

Para saber mais sobre este projecto visite a página de Instagram ou através do email vitor.gordo@ilhasdebiodiversidade.pt.

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