
Economia Europeia e empregabilidade vão crescer no próximo ano. O desemprego vai estar perto dos mínimos históricos
A economia europeia deverá manter um ritmo de crescimento estável em 2026, apoiada pela descida da inflação, redução das taxas de juro, resiliência da procura dos consumidores e políticas fiscais favoráveis, segundo o relatório Economic Outlook 2026 do Mastercard Economics Institute. Os mercados laborais vão manter-se fortes, com o aumento da empregabilidade e o desemprego vai estar perto dos mínimos históricos, mesmo em países como a Alemanha, onde se registaram ligeiras subidas.
Prevê-se que o crescimento da zona euro acelere de forma gradual até aos 1.2% em 2026: com destaque para a Alemanha (de 0.3% em 2025 para 1.2% em 2026), e para o sul da Europa (de 1.9% em 2025 para 2.2% em 2026, em Portugal). A adaptação do sector externo às tarifas, a inflação mais baixa – está previsto atingir uma média de 1.8% em 2026 – as taxas de juro em queda e mercados de trabalho resilientes vão apoiar a economia interna. Os mercados laborais vão manter-se fortes, com o aumento da empregabilidade e o desemprego vai estar perto dos mínimos históricos, mesmo em países como a Alemanha, onde se registaram ligeiras subidas.
Tanto em Portugal como em Espanha, este crescimento é impulsionado por:
Uma imigração mais elevada, que aumentou a população em idade activa, ajudou a colmatar faltas de competências e reforçou o consumo. É por isso que o sector dos serviços tem tido um desempenho superior – não só o turismo, mas também sectores de maior valor acrescentado, como os serviços profissionais, a área financeira e a tecnologia (mais em Espanha do que em Portugal).
Ambos os países beneficiam igualmente de uma execução mais rápida dos fundos NextGen EU, que estão a impulsionar o investimento. Os fundos expiram no próximo ano, pelo que os países estão a acelerar a sua utilização.
O consumo das famílias em ambos os países tem sido sustentado por mercados de trabalho resilientes, marcados pela criação de emprego e pela diminuição do desemprego.
O crescimento salarial tem sido forte, permitindo uma recuperação do poder de compra – no caso de Portugal, os salários cresceram muito mais rapidamente do que a inflação e o poder de compra está bem acima dos níveis de 2019.
O estudo mostra ainda que a digitalização das PME está a acelerar: pequenas e médias empresas na Europa estão a passar por uma transformação estrutural, impulsionada pela adopção digital e realinhamento do sector. As PME representam 32% do consumo no retalho em França, 25% na Alemanha e 20% no Reino Unido, reflectindo a sua crescente influência tanto no comércio tradicional como no e-commerce.
A adopção de IA e a expansão fiscal terão um papel importante na economia de 2026: a adopção de IA está a avançar de uma fase experimental para uma integração plena, apoiada por investimentos significativos em infraestruturas. A Dinamarca lidera a Europa, com 27.6% das empresas a usarem pelo menos uma tecnologia de IA em 2024, o dobro da média da UE. Olhando para o futuro, a integração profunda da IA e o estímulo fiscal direccionado serão factores cruciais para o crescimento global em 2026.
No Reino Unido, o PIB deverá crescer 0.9%, face a 1.5% em 2025, com os consumidores a preferirem experiências, electrónica e moda. A Europa Central e de Leste, incluindo Polónia, República Checa, Hungria e Roménia, apresenta uma recuperação apoiada pelo aumento do consumo e cortes nas taxas de juro. A região nórdica e a Suíça beneficiam do crescimento do turismo de luxo, com os hotéis de luxo a captarem uma grande fatia do consumo.
Os consumidores europeus mais conscientes, priorizam pequenas indulgências, apesar dos fundamentos económicos sólidos, os consumidores mantêm-se cautelosos e valorizam pequenos prazeres do dia a dia, como compras em supermercados e indulgências de baixo valor, evitando gastos elevados em artigos como mobiliário ou electrónica. Os setores preferidos incluem vestuário, cosméticos, lojas de desconto, entretenimento digital e presencial, viagens por terra e restauração.