Élio Alves, Danone: Mais do que um trabalho, um propósito e compromisso
«Ser Danoner, além do projecto profissional que representa, é fazer parte de um movimento para gerar mudanças positivas na sociedade.» Foi isto que atraiu Élio Alves na Danone, e é o que faz com que, num contexto em que são «cada vez mais os candidatos que escolhem a empresa e não o contrário, e querem não só um trabalho que os realize e com o qual se identifiquem, como também um propósito», fiquem um passo à frente na resposta a um dos principais desafios actuais: atrair e fidelizar talento.
Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho
Para além de querer ser «um agente de mudança », na Danone procura- -se também liderar pelo exemplo, promover o “walk the talk”. E têm-no feito. Exemplo disso é o compromisso que assumiram de “talento neutro em termos de género”, tendo já alcançado paridade em todos os níveis de gestão e liderança. Mas Élio Alves reconhece que «ainda existe um longo caminho a percorrer para que deixe de ser necessário um “esforço” consciente e passe a ser algo “normal”». Não obstante, importante é fazer o caminho, e na Danone esse caminho é feito com base nos valores HOPE – Humanismo, Abertura, Proximidade e Entusiasmo – e numa «cultura centrada nas pessoas», que permite que «todos os talentos encontrem um espaço onde podem ser eles próprios e contribuir para a missão e propósito da empresa».
Assumiu a direcção de Recursos Humanos da Danone em Julho de 2019. O que o fez aceitar o desafio?
O desafio Danone foi fácil de aceitar, dado que procurava numa empresa não só um trabalho, mas também um propósito, um compromisso com a sustentabilidade e com o bem-estar da comunidade, e a Danone vive e respira em todos os momentos a visão “One Planet, One Health”. Prova disso é o discurso pioneiro nos anos 70 do então presidente Antoine Riboud a anunciar o duplo projecto no qual afirma que «a responsabilidade das empresas não acaba nas portas da fábrica, as suas acções determinam a qualidade de vida de cada indivíduo. Só temos um planeta e uma vida».
E foi isso que encontrou? O que mais o entusiasmou, num primeiro contacto?
Sem dúvida, encontrei uma empresa em que as pessoas são o foco principal, são o catalisador do nosso propósito, com a missão de “Levar saúde através da alimentação ao maior número de pessoas possível”. Cada Danoner sente e vive a empresa como sua, contribuindo para que sejamos, em Portugal, a primeira empresa de grande consumo com certificação B Corp, que atesta a nossa actuação e responsabilidade ética, social e ambiental.
O que lhe foi pedido e que objectivos iniciais traçou?
Foi um pedido simples, mas desafiante, que estava alinhado com os meus objectivos: manter os altos padrões de desenvolvimento profissional e pessoal de cada Danoner, e ser uma parte activa no crescimento sustentável e estratégico do negócio da Danone em Portugal.
Que prioridades definiu com o intuito de conseguir isso?
Foco e investimento em equipas diversificadas, potenciar talento, fomentar equidade, meritocracia, inovação de processos e objectivos concretos, definindo um caminho claro de crescimento profissional, adaptado às necessidades e particularidades do negócio e dos Danoners.
Passados poucos meses de assumir funções, a pandemia mudou a realidade das empresas drasticamente. Como impactou a vossa estratégia de Recursos Humanos?
O impacto foi tremendo e desafiante a todos os níveis da organização, mas a resposta conjunta de toda a comunidade Danone deixou-me orgulhoso de pertencer a esta “família”.
O contexto difícil de pandemia, reflectido nos constantes desafios pessoais e profissionais de cada Danoner, fez-nos crescer e reinventar como pessoas, como empresa e como trabalhadores, contribuindo para uma maior resiliência e preparação para momentos adversos.
O dia-a-dia foi desafiante, de constante adaptação a uma nova realidade, mas no geral adaptámo-nos rapidamente às novas formas de trabalho e interacção entre equipas e clientes, dado que a nossa estrutura já era bastante flexível e o trabalho híbrido já estava implementado há vários anos.
O que não voltou ao que era, e que alterações estratégicas foram feitas?
A “nova normalidade” é completamente distinta de há três anos, e continua em evolução acelerada em tópicos de atracção, retenção e gestão de talento, novos modelos e formas de trabalhar, assim como a questão da saúde mental.
O mindset da Danone sempre foi – e continuará a ser – estar um passo à frente, mantendo a identidade que nos diferencia positivamente. Temos um propósito muito claro de reverter parte do que ganhamos para a sociedade em que estamos inseridos. Temos a força de uma multinacional, mas mantemos a margem de manobra de uma empresa que actua localmente.
Os nossos valores HOPE: de Humanismo, Abertura, Proximidade e Entusiasmo e a nossa cultura centrada nas pessoas permitem que todos os talentos encontrem um espaço onde podem ser eles próprios e contribuir para a missão e propósito da empresa.
Com quantos colaboradores contam actualmente, e quais os principais desafios na sua gestão?
Somos actualmente 140 Danoners em Portugal. Os principais desafios são a retenção e a gestão e evolução do talento, que nos vai permitir continuar a ser competitivos e líderes enquanto motor de desenvolvimento sustentável do negócio em Portugal.
Leia a entrevista na íntegra na edição de Maio (nº. 149) da Human Resources, nas bancas.
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