Entrevista a Emma Temes, Danone: Criar o melhor lugar para trabalhar e a melhor escola para aprender

O grande desafio de Gestão de Pessoas será transversal a todas as empresas – atrair e fidelizar os melhores talentos. Será a forma como o fazem que as distinguem. Emma Temes acredita ter o trabalho facilitado na Danone, pois esta tem o que as novas gerações procuram: benefícios atractivos, margem para crescimento e propósito.

 

Por Ana Leonor Martins | Fotos Nuno Carrancho

 

É com entusiasmo que Emma Temes, natural de uma pequena cidade da Catalunha, chamada La Seu d’Urgell, e agora directora de Recursos Humanos da Danone Portugal, fala de ser Danoner. Tendo assumido o desafio há relativamente pouco tempo, fala dos maiores desafios, dos objectivos que pretende alcançar, mas fala sobretudo do que distingue a Danone, e fá-lo tendo como bússola aquilo que a própria valoriza e que faz com que se mantenha motivada desde que entrou, há seis anos. Reconhece – e agradece – a oportunidade que lhe deram de entrar nos Recursos Humanos, sem ter formação específica na área. Imagina que terão visto em si «o desejo de mudar o mundo, o entusiasmo e a paixão». E isso, de facto, transparece.

 

Assumiu a liderança da área de Pessoas da Danone em Outubro passado, sendo também uma estreia, a nível profissional, em Portugal. Como viu este desafio, sendo que é espanhola, mas sei que é neta de um português…?
Na verdade, estou encantada. Sinto que a minha adaptação tem sido muito rápida: à função, às pessoas e à vida em geral. Tenho-me sentido muito bem acolhida pela equipa de Portugal, e isso torna tudo muito mais fácil. Espero também o bom tempo para descobrir as maravilhas que tem este país precioso.

 

Mas há algum desafio que tenha sentido?
Continuo a aprender todos os dias… Aliás, com a minha equipa, temos um jogo em que todos os dias lhes digo uma palavra complicada em espanhol para que me digam o significado, e eles fazem o mesmo em português. Já entendo cerca de 90% das conversas. Quando se trata de falar, já não é bem assim, mas tento. Adoraria estar a falar português em menos de um ano.

 

E a nível profissional, como encarou a nova responsabilidade?
Sou uma pessoa que adora novos desafios e de aprender coisas novas todos os dias. Esta função está a permitir-me fazer isso. Cada dia é uma nova aventura, uma nova aprendizagem. E, acima de tudo, algo que adoro, conhecer os Danoners. Encarei esta responsabilidade com muito entusiasmo, e tudo é mais fácil quando te recebem de braços abertos, tanto no país, como na Danone.

 

Entrou na Danone, e já para a Gestão de Pessoas, em 2018. Que comparação faz em relação aos temas na ordem do dia então – pré-pandemia – e agora?
É claro que a pandemia deixou um pré e um pós evidente nas formas de trabalhar, nas formas como entendemos e nos relacionamos com o trabalho. No entanto, as empresas e o mundo estão em constante mudança, e acredito na máxima “adaptar-se ou morrer lentamente”. Na Gestão de Pessoas, é muito importante estar na vanguarda das tendências sociais, porque só assim conseguiremos atrair talento e, sobretudo, as novas gerações.

 

O que lhe foi pedido, quando a desafiaram para este cargo?
O grande desafio para esta função, mas diria que é para qualquer função de Recursos Humanos, é atrair os melhores talentos. As novas gerações têm cada vez mais clareza sobre o que querem e o que não querem, e tendem a procurar empresas com um propósito. E a Danone tem-no.

 

Que prioridades de actuação definiu?
A minha prioridade é clara e, ao mesmo tempo, desafiante: garantir que temos os melhores talentos e não só tê-los, mas também desenvolvê-los, sendo sempre parte activa no crescimento sustentável da empresa e na estratégia de negócio da Danone Portugal.

 

Para além da atracção e fidelização de talento, quais os maiores desafios na gestão das vossas pessoas?
Na Danone Portugal, temos 149 pessoas e quase metade delas trabalham “na rua”, pois fazem parte de equipas comerciais de força de vendas. O maior desafio é garantir que, mesmo num contexto externo complicado – de guerras e inflação –, as pessoas tenham energia e se sintam entusiasmadas com o seu trabalho. Para mim, é muito importante que os Danoners encontrem aqui o seu “emprego de sonho”, e grande parte disso vem da nossa atitude e de como nós, como humanos, encaramos as coisas.

 

Leia a entrevista na íntegra na edição de Março (nº. 159) da Human Resources, nas bancas.

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