Employee Experience não é meramente instrumental, é uma dinâmica organizacional de sucesso
Por António Saraiva, Business Development manager – ISQ Academy
Falar-se de experiência rapidamente se associa ao conhecimento adquirido pela prática, mas também pela observação, por estudos e até pelas percepções que se vai tendo do que nos rodeia. Na realidade, é todo um conjunto de eventos conscientes, por via da prática e até da familiaridade dos processos que se vão construindo. Mas vai mais longe, pois a experiência resulta em grande medida das respostas cognitivas, afectivas, sensoriais e comportamentais.
É assumidamente senso comum a importância que as pessoas têm nas organizações, independentemente se se situam mais na execução, no atendimento e na relação com clientes ou na construção da marca. Melhorar a experiência de cada indivíduo dentro da organização é sinónimo de aumento de produtividade. Não só pelo fazer as coisas certas e contribuírem para o crescimento organizacional, mas pela valorização contínua dos próprios e, consequentemente, do que aportam ao mercado.
Uma das premissas da Gestão de Pessoas é estimular o desenvolvimento, o que normalmente é realizado através de formação. Outras das premissas inclui as questões relacionadas com a diversidade, funcionando esta, muitas vezes, por via de estratégias de inclusão. O importante, quando falamos destas premissas, é gerar-se relação, partilha. Ou seja, formação e diversidade, quando estrategicamente utilizadas, são ganhos incomensuráveis para aumentar a experiência, quer ao nível técnico e tecnológico, mas muito em termos comportamentais.
Na verdade, salvo algumas excepções, o sucesso do trabalho em equipa, o posicionar-se correctamente em funções de liderança, advém de um percurso sustentado não só na formação formal adquirida, mas igualmente nas aprendizagens do dia-a-dia, em que quer os sucessos quer os erros têm um contributo valioso.
Estes são contributos relevantes a serem equacionados. O sentimento de que se é um elo importante na cadeia de valor organizacional e que, simultaneamente, há condições de crescimento pessoal e profissional, é um caminho virtuoso para reter pessoas. Até porque os estudos comprovam que são factores determinantes para diminuição dos indicadores de rotatividade, mas também de absentismo. Para além do fortalecimento da cultura organizacional.
Mas há uma lógica na evolução das pessoas que é determinante que é todo o feedback que deve ser contínuo no adquirir da experiência, mas algo que não seja exclusivamente instrumental, porque esse nem sempre é estimulante. O comprometimento de cada um, numa análise de circunstâncias diárias e no contributo para o negócio, é enriquecedor.
Comummente utilizado actualmente, a Employee Experience pode ser sempre entendida como uma dinâmica intrínseca a cada organização, que permite que a mesma se transforme e evolua, desde o momento que se leve em considerção as expectativas, necessidades e ambições das pessoas que nela trabalham.
Ganhar o compromisso das pessoas para com o propósito da organização, levá-las a viver intensamente a cultura organizacional é apostar de forma clara e objectiva na Employee Experience. Este investimento resulta em pessoas mais satisfeitas, envolvidas e produtivas.