Entrevista a Graça Borges, Super Bock Group: Na comunicação como nas marcas, uma palavra: autenticidade

As prioridades do Super Bock Group estão bem definidas e, porque o “fazemos acontecer” não sobrevive sem o “fazemos saber”, a Comunicação – externa e interna – é assumidamente estratégica para o negócio. Graça Borges não tem dúvidas do caminho a seguir: o de uma comunicação que une, identifica e dinamiza e, para isso, tem de ser autêntica, próxima e relevante.

 

Por Ana Leonor Martins | Fotos Egídio Santos

 

Directora de Comunicação, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Super Bock Group há pouco mais de um ano, Graça Borges está consciente dos desafios. E nesta “era” – potenciada pela pandemia – promover interacção e mobilização em torno de valores humanos é um deles. Não sendo responsável pela comunicação interna, enfatiza a importância do alinhamento como a comunicação externa para assegurar a transmissão coerente de mensagens junto dos diferentes stakeholders. E sabe que um ambiente de trabalho humanizado e voltado para as pessoas faz com que todos se sintam envolvidos e valorizados, dando um verdadeiro sentido à expressão “vestir a camisola”. E isso permite «avançar com uma estratégia de sustentabilidade completamente integrada», que é uma prioridade para o Super Bock Group.

 

Qual é a importância que a Comunicação assume no Super Bock Group?
A Comunicação tem um papel fundamental no Super Bock Group. Sempre teve. E refiro-me à Comunicação interna e externa, pois ambas andam “de mãos dadas” na organização. Trabalho a área da Comunicação externa, mas o alinhamento com a parte interna é total, existe uma ligação muito estreita. Só assim faz sentido, já que somos a nossa melhor fonte de informação. Isto significa que temos de conseguir comunicar oportunamente, de forma coerente, credível e relevante junto dos diferentes stakeholders.

Há inevitavelmente a necessidade de adaptar a linguagem e o formato da comunicação caso queiramos comunicar com os públicos interno ou externos, mas os critérios em que assenta a nossa política de Comunicação são comuns.

Numa perspectiva ampla, é o que nos permite estabelecer as necessárias pontes de colaboração e contextos de inter-relações para promover o desenvolvimento sustentável do negócio, darmos a conhecer e/ou amplificar o que fazemos dentro da organização e em prol da sociedade e, consequentemente, gerar identificação e proximidade com todos os colaboradores na empresa e as nossas marcas.

 

Em que âmbito assume maior relevância, actualmente?
A Sustentabilidade, nos seus diferentes eixos, é a nossa prioridade estratégica número um, porque, apesar de termos já um longo caminho e percurso nesta área, sentimos agora a necessidade de divulgar e informar sobre o que fazemos e, sobretudo, porque o fazemos. Temos vindo a criar projectos estruturantes, com metas muito bem definidas e assentes no conceito de desenvolvimento sustentável, para que possamos continuar a fazer crescer o negócio de forma equilibrada e assente num modelo de operação cada vez mais circular, inteligente e inclusivo.

Na base, está a Comunicação, que une, identifica e dinamiza e, por isso, queremos que seja autêntica, próxima e relevante. É essencial! O “fazemos acontecer” não sobrevive sem o “fazemos saber”.

 

A pandemia veio de alguma forma obrigar a uma redefinição das vossas prioridades?
As prioridades do Super Bock Group estão bem definidas, e o trabalho que desenvolvemos, e que vamos dando a conhecer, espelha isso mesmo. Priorizamos as pessoas, a protecção, sempre, das nossas equipas, e procuramos contribuir para combater os efeitos da pandemia em termos sociais e económicos. Não obstante, e do ponto de vista da operação, mantivemos o foco na inovação e I&D [Investigação e Desenvolvimento] para continuarmos a encontrar novas soluções e a adoptar as melhores práticas na organização, muitas das quais resultam em benefício para os nossos consumidores e parceiros de negócio. O que a pandemia veio acentuar foi a necessidade de continuamos a comunicar de forma próxima, clara e relevante, pois estávamos perante uma nova realidade, com desafios nunca antes vistos, e estes tempos inéditos, com demasiada informação a circular e que tanta incerteza que nos trouxe, pediam que conseguíssemos transmitir confiança e segurança a toda a organização.

 

E desenvolveram novas ferramentas ou processos?
Tivemos de readaptar, ou mesmo fazer evoluir, alguns dos processos de comunicação interna que estavam sobretudo adequados ao contexto presencial, e passámos a tirar ainda mais proveito do potencial que a tecnologia nos proporciona. O recurso às ferramentas digitais permite-nos ser mais céleres, criativos e inovadores, assegurando que continuamos a transmitir as nossas mensagens. Era determinante fazermos o acompanhamento certo, manter a interactividade e a cultura de feedback entre as equipas, e que os nossos colaboradores tivessem conhecimento privilegiado do que se passava na empresa. Só depois comunicámos externamente. É algo que faz parte da nossa cultura, envolver e fazer com que as nossas pessoas saibam previamente o que acontece na organização e só depois passar “para fora”.

 

Que canais usam?
Através de ferramentas e canais de comunicação internos, como são a TV corporativa, a newsletter digital semanal, flash news, entre outros formatos de que dispomos e que permitem a cada colaborador – até pelas realidades e gerações tão distintas que se cruzam no Super Bock Group devido às características da nossa operação –, aceder através do formato que lhe seja mais conveniente.

Depois temos os canais de comunicação externos corporativos e das marcas, que possibilitam chegarmos a todos os stakeholders, além da visibilidade que obtemos pela via da exposição mediática e da participação em diferentes fóruns.

O importante é o alinhamento entre estas duas vertentes e seguirmos sempre os critérios de coerência, relevância e oportunidade quando comunicamos.

 

E os colaboradores, são importantes embaixadores das marcas?
As nossas pessoas são os nossos melhores embaixadores. Por isso, sim, promovemos activamente! É por isso que, culturalmente, privilegiamos a comunicação interna, assumimos uma postura colaborativa inter-equipas, incentivamos os colaboradores a participar nas mais variadas iniciativas e a partilharem sugestões e ideias, além de dispormos de programas de formação e, como referi antes, de mobilidade, e de tantos outros benefícios que atribuímos.

É este ambiente de trabalho humanizado e voltado para as pessoas que faz com que todos se sintam envolvidos e valorizados, dando um verdadeiro sentido à expressão “vestir a camisola”, que nos permite avançar com uma estratégia de sustentabilidade completamente integrada.

 

Num mundo cada vez mais digital, é a comunicação que permite que o “humano” não se perca?
A Comunicação nesta “era” – que foi potenciada pela pandemia – tem vários desafios, mas diria que ajudar a promover interacção e mobilização em torno de valores “humanos” é um deles.

Desenvolver uma cerveja de Natal com fórmula e conceito solidário e sustentável, para que os colaboradores da empresa possam adquirir e assim contribuir para uma causa social, é um exemplo concreto no Super Bock Group há alguns anos, mas que ganhou ainda maior adesão nestes tempos.

 

Leia a entrevista na íntegra na edição de Janeiro (nº.133)  da Human Resources, nas bancas.

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