Entrevista Elizabeth Cruz, CEO Gorodata: «Queremos reforçar a nossa capacidade de desenvolvimento, contratando mais engenheiros de software»
05Nascida em pandemia Covid-19, a Gorodata tem como missão desbloquear informações de negócio e produzir insights accionáveis, para tornar as organizações mais bem-sucedidas. Elizabeth Cruz, CEO da Gorodata, refere em entrevista à Human Resources que a empresa tem a intenção de recrutar «procurando acima de tudo pessoas com capacidade de aprendizagem e de adaptação».
Por Sandra M. Pinto
Plataforma alimentada com dados da web que utiliza modelos de machine learning para estruturar esses dados, processá-los, analisá-los e retirar essa informação, a Gorodata tem nos seus colaboradores o seu maior activo, «por isso tentamos ao máximo proporcionar-lhes as melhores condições de trabalho», assegura a sua CEO.
Quando nasceu a Gorodata?
A Gorodata nasceu em Maio de 2020.
Nasceram então já em pandemia… Porque tomaram essa opção e de que forma a situação que se vivia condicionou a vossa actividade?
Quando fundámos a empresa estávamos os dois a trabalhar remotamente nos nossos trabalhos em full-time e por estarmos em casa não perdíamos tempo a deslocar-nos até ao escritório e fazíamos horas de almoço mais curtas. Assim sobrava-nos tempo para criarmos coisas novas, para brainstorming e para novos projectos. A ideia da Gorodata já tinha nascido há algum tempo, mas achámos exatamente quando tínhamos mais tempo e quando era possível falar com qualquer pessoa de qualquer país remotamente (e por isso vender a qualquer país), que era a altura ideal de fundar a empresa.
A que necessidades veio a empresa dar resposta?
Eu trabalhei em várias empresas do segmento B2B e sempre achei que os consultores comerciais dessas empresas vão mal preparados para as reuniões comerciais. Não pesquisam sobre as leads/potenciais clientes, batem a muitas portas (sem saber, à partida, quais as que vão abrir), gastam muito tempo e dinheiro para no fim atingirem uma fraca conversão de leads para negócios fechados. Hoje em dia existe uma quantidade enorme de dados na Internet que podem ajudar neste processo. Não só em informar melhor os comerciais sobre os potenciais clientes, mas também para ajudar a perceber quando é que estes potenciais clientes estão mais dispostos a comprar e que tipo de produtos ou serviços estão à procura. O problema que a Gorodata resolve é encontrar esses dados e torná-los em informação útil e acionável. Construímos uma plataforma alimentada com dados da Web que utiliza modelos de Machine Learning para estruturar esses dados, processá-los, analisá-los e retirar essa informação.
Qual a missão e objectivos principais da empresa?
A nossa missão é desbloquear informações de negócio e produzir insights accionáveis, para tornar as organizações mais bem-sucedidas.
Exactamente em que consiste a vossa actividade?
A nossa solução identifica sinais de pré-disposição de compra. Não existe nenhuma solução, no mercado mundial, que o faça da mesma forma. Fala-se muito na internet de Buyer Intent Data, mas isso é outra coisa. Trata-se de informação sobre que palavras-chave as empresas andam a pesquisar nos motores de busca – o que acontece quando as empresas já estão a fazer uma procura activa por um produto ou serviço. Os nossos sinais de pré-disposição de compra surgem mais cedo no processo de decisão, quando as empresas estão a planear uma compra, mas ainda não começaram a pesquisar fornecedores. Isto possibilita aos nossos clientes serem os primeiros a abordar essas organizações, colocando-os em vantagem em relação aos seus concorrentes.
Neste momento quantos colaboradores têm?
Actualmente somos sete colaboradores: cinco em Lisboa e dois no Porto.
Têm intenção de contratar no curto/médio prazo? Para que áreas?
Sim, queremos expandir a nossa equipa a curto/médio prazo. Queremos reforçar a nossa capacidade de desenvolvimento, contratando mais engenheiros de software, assim como reforçar a nossa equipa comercial.
O que procuram nos profissionais que contratam?
Procuramos acima de tudo pessoas com capacidade de aprendizagem e de adaptação.
Ao nível da gestão de pessoas quais os pilares da vossa estratégia?
Frontalidade na comunicação, dar oportunidade para experimentar e aprender, assumir competência e responsabilidade, liderar dando o exemplo.
São os Recurso Humanos um factor importante também para o sucesso do vosso negócio?
As empresas são feitas de pessoas e são as pessoas que levam as empresas para a frente. Os nossos colaboradores são o nosso maior activo e por isso tentamos ao máximo proporcionar-lhes as melhores condições de trabalho.
É a retenção de talento algo que vos preocupa?
Absolutamente. Somos ainda uma startup, no entanto trabalhamos desde o primeiro dia para a satisfação dos nossos colaboradores.
De que forma e com que soluções tencionam colmatar essa preocupação?
Garantindo que se sentem apoiados, desafiados e motivados. Pagando salários justos e competitivos.
Enquanto start-up quem são neste momento os vossos investidores?
Neste momento temos quatro investidores: Indico Capital Partners (Portugal), Athos Capital (Espanha), Enzo Ventures (Espanha) e Next Commerce Accelerator (Alemanha).
Significa que atuam não apenas no mercado nacional? Em que outros mercados estão presentes?
Portugal foi onde começámos, mas neste momento já estamos presentes no Reino Unido e a planear uma expansão para os Estados Unidos.
Ao nível dos vossos clientes, quais os sectores de atividade?
Neste momento trabalhamos sobretudo com empresas das áreas de Consultoria, Tecnologias de Informação e Recrutamento.
De que forma analisam o vosso sector de atividade?
O sector da Inteligência de Vendas é muito competitivo, essencialmente porque há pouca variação no que diz respeito aos produtos disponíveis. A Gorodata não tem concorrentes directos, e somos complementares às restantes plataformas de Inteligência de Vendas.
Quais os desafios que se vos colocam no curto/médio prazo?
O crescimento da equipa é um dos nossos principais desafios, sobretudo na área mais técnica. A internacionalização é também um desafio grande, devido a diferenças culturais e também de enquadramento legal nos vários territórios.
Qual a maior ambição da Gorodata?
A nossa ambição é revolucionar a forma como as empresas consomem e utilizam a informação.
Enquanto empresa onde se veem daqui a 10 anos?
Daqui a 10 anos vemo-nos como uma empresa de referência mundial no que diz respeito a inteligência voltada para o negócio B2B.