Esta é a geração mais negligenciada no local de trabalho. E isso está a ter consequências no engagement (e não só)

Muitos empregadores dizem que não têm favoritos, mas há uma geração que parece estar a perder-se nesta confusão, alerta a Fortune. Enquanto os líderes se focam na entrada de profissionais da Geração Z e na reforma dos Boomers, a Geração X está a ser esquecida, o que está a prejudicar o seu moral e o nível de engagement.

 

Apesar de representar um terço da força de trabalho dos EUA – mais de três vezes o número de Boomers no escritório – a Geração X tem 18% menos probabilidade do que outras gerações de dizer que sente um forte sentimento de pertença à sua organização, de acordo com um estudo recente da Achivers, uma empresa de software para o local de trabalho. Esta geração, com idades compreendidas entre os 44 e os 59 anos, tem também menos 30% de probabilidade do que as outras de afirmar que é significativamente reconhecida no trabalho.

Hannah Yardley, directora de Pessoas e Cultura da Achievers, partilhou com a Fortune que a Geração X não está a ser negligenciada por causa da sua data de nascimento, mas estes profissionais ocupam, em grande parte, cargos de gestão intermédia. Sobrecarregados com uma variedade de responsabilidades, quase metade dos gestores intermédios querem abandonar os seus empregos, de acordo com um inquérito de 2023 do Workforce Institute da empresa de software UKG. A liderança pode muitas vezes esquecer-se que estes gestores também precisam de feedback, atenção e reconhecimento.

«Os membros da Geração X tendem a ocupar mais cargos de liderança e, por isso, espera-se que operem de forma mais independente», diz Yardley. «Quando pensamos em todas as coisas que estão a acontecer nos locais de trabalho, desde a pandemia ao mundo exterior, é um enorme fardo pôr nos ombros dos gestores. Estamos a assistir a este elevado nível de burnout devido à dualidade dos seus papéis como colaborador e líder.»

A Geração X tem cerca de 30% menos probabilidade do que as outras gerações de assumir que é capaz de partilhar feedback sincero e sabe que será ouvida e respeitada. Têm também 27% menos probabilidade de reconhecer que a sua empresa faz um bom trabalho no apoio ao seu bem-estar, comparativamente com os colegas de trabalho mais velhos e mais novos. A sua saúde emocional também está a sofrer – a Geração X tem cerca de 31% menos probabilidade de afirmar que o seu bem-estar mental é apoiado do que as outras gerações.

Mas esta falta de apoio está a afectar a forma como trabalham. De acordo com o estudo, a Geração X tem 24% menos probabilidade de estar entusiasmada com o seu trabalho, 23% menos probabilidade de dizer que é mais produtiva no trabalho e 20% menos probabilidade de dizer que se sente muito engaged no trabalho em comparação com outras gerações.

E como muitos membros da Geração X carregam o fardo de apoiar tanto os filhos como os pais idosos, é menos provável que, ao contrário de outras gerações, como a Geração Z, falem quando estão infelizes.

Estes profissionais não «nasceram numa geração que estava habituada a partilhar a sua voz publicamente», conclui Yardley.

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