Está satisfeito com a casa onde vive? Um em cada três portugueses não. Saiba porquê

O novo estudo do Observador Cetelem, marca comercial do grupo BNP Paribas Personal Finance, dedicado à Renovação Energética da Habitação, avaliou a percepção dos portugueses sobre o alojamento e apurou que apenas 29% da população está totalmente satisfeita com a casa onde vive.

As áreas onde se verifica menor satisfação são os custos dos encargos adicionais com a habitação, com apenas 17% dos inquiridos totalmente satisfeitos, o desempenho energético (17%), o modo de aquecimento (20%) e o preço da habitação (30%). Já a localização é a área onde a satisfação total é mais elevada (48%), seguido da proximidade de espaços verdes (42%), de lojas e serviços (40%).

O estudo revelou ainda diferenças marcantes entre a opinião de proprietários e arrendatários. Quando o tema é o orçamento familiar, um terço dos arrendatários afirma ter dificuldades em gerir os custos de habitação, contrastando com 85% dos proprietários que consideram conseguir fazer uma gestão adequada. Entre as principais razões encontra-se o custo do alojamento: 91% dos proprietários sentem que o valor que pagam é justo, apesar de apenas 33% estarem totalmente satisfeitos, ao passo que um terço dos arrendatários demonstram insatisfação.

Sobre o estado do imóvel, enquanto 34% dos proprietários estão satisfeitos, poucos dos arrendatários partilham essa opinião, com muitos a sentirem que necessita de melhorias. Mais de 30% dos arrendatários mostram-se mesmo insatisfeitos por não ter a possibilidade de transformar o alojamento de acordo com as suas necessidades e 40% mostram descontentamento por não poder fazer transformações a nível energético. A insatisfação dos arrendatários também ultrapassa um terço quando se fala na impossibilidade de realizar obras.

Quando se olha para o futuro, cerca de metade dos arrendatários tenciona mudar de casa, comparativamente com apenas 17% dos proprietários – com 84% destes a apontar que pretendem conservar a sua casa a longo prazo, não só por ser património que querem transmitir às futuras gerações (86%), mas também por o considerarem um investimento seguro (87%).

Apesar das diferenças entre arrendatários e proprietários, o estudo mostra que o preço é, para 82% dos inquiridos, o critério que consideram mais importante quando escolhem um alojamento. Seguem-se factores como a localização (64%), a necessidade ou não de obras (64%) ou os custos das despesas associadas com habitação (55%). A maioria indica também que, actualmente, na escolha de habitação, tem ainda em conta os custos potenciais relacionados com a factura energética (55%), a dimensão (52%) e a classe energética da habitação (50%).

Os dados do estudo Observador Cetelem, que inquiriu cidadãos de oito países europeus, incluindo Bélgica, França, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha e Reino Unido, permitem concluir que muitos destes desafios com habitação são semelhantes em vários países europeus.

À semelhança dos portugueses, são poucos os europeus que manifestam estar totalmente satisfeitos com a sua casa (33%), apontando como principais motivos igualmente o montante que pagam mensalmente e outras despesas associadas à habitação. Por outro lado, 35% dos cidadãos dos países europeus inquiridos revelam preocupações e dificuldades na gestão das suas despesas familiares, reflectindo uma realidade comum e desafiante em diferentes países no contexto actual.

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