Tem dificuldade em perceber a geração Z e os millennials? São estes os quatro temas que mais valorizam

A 12.ª edição do estudo “Gen Z and Millennial Survey”, da Deloitte, analisou os impactos dos últimos três anos nestas gerações e reconhecem mudanças positivas, mas estão preocupadas com o futuro.

 

O inquérito incluiu mais de 22 mil Gen Zs e Millennials em 44 países, incluindo Portugal, e abordou temas como a mudança da relação com o trabalho, a tomada de decisão de estilo de vida e a carreira com base nos valores. O estudo destaca ainda as preocupações sobre equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, finanças, saúde mental e mudanças climáticas.

O papel do trabalho 

A pandemia levou a repensar o papel do trabalho na vida pessoal. Apesar de o trabalho ser fundamental para a identidade para 49% dos Gen Z e 62% dos Millennials, existe um grande foco no equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, sendo esta a principal característica que admiram nos colegas, e o principal factor que têm em consideração na escolha de uma empresa.

Para alcançar um maior equilíbrio, Gen Z e Millennials querem flexibilidade em relação ao local e modelo de trabalho. Muitos inquiridos trabalham actualmente em regimes híbridos ou remotos, benefício bastante valorizado.

Preocupações financeiras

O elevado custo de vida é a principal preocupação social para ambas as gerações, à frente do desemprego e das mudanças climáticas. Metade dos inquiridos Gen Zs e Millennials revelam viver com o salário contado e recorrem a trabalhos paralelos para sobreviver.

A incerteza económica está a adiar as grandes decisões de vida destas gerações, como comprar casa, constituir família, pedir uma promoção, ou começar um novo desafio se a economia não melhorar.

Saúde Mental

Ainda que as empresas estejam a esforçar-se para melhorar o apoio à saúde mental, o estigma permanece. Quase metade dos inquiridos da geração Z e quatro em cada 10 Millennials revelam sentir-se stressados o tempo todo ou na maior parte do tempo.

Para a maioria dos inquiridos, o apoio e as políticas de saúde mental são muito importantes ao considerar uma possível empresa. Muitos inquiridos acreditam que as suas empresas estão a levar os temas de saúde mental seriamente e a promover uma mudança positiva.

No entanto, os apoios e recursos de saúde mental ainda são pouco utilizados e muitos não sentem que podem conversar abertamente com os empregadores sobre este tema.

Acção climática

A preocupação com tema do aquecimento global está a afectar o estilo de vida e as decisões de carreira das Gen Z e Millennials.

Seis em cada 10 Gen Z e Millennials sentiram-se ansiosos com o meio ambiente no mês passado, e essas preocupações estão a afectar as suas decisões de carreira e de estilo de vida. Cerca de um em seis já mudou de emprego ou indústria devido a preocupações climáticas, com outro quarto a planear fazê-lo no futuro.

Estas gerações querem ter o poder de criar mudanças dentro das organizações e cerca de metade dos Gen Z e dos Millennials afirmam que estão a fazer pressão às empresas para agirem, mas poucos inquiridos dizem sentir-se capazes de influenciar os esforços de sustentabilidade dentro das empresas onde trabalham.

Ambas as gerações querem que as empresas os apoiem e ajudem a tomar decisões mais sustentáveis nas suas vidas e que desenvolvam as competências necessárias para a transição para uma economia de baixo carbono.

 

No que diz respeito a Portugal, as principais conclusões revelam que quase metade dos jovens portugueses (49% da Geração Z e 48% dos Millennials) está num modelo de trabalho híbrido ou remoto, e muitos afirmam que considerariam procurar um novo trabalho, caso o seu empregador tornasse o trabalho presencial obrigatório. Igualmente, quase metade (39% da Geração Z e 44% dos Millennials) são a favor da semana de trabalho de quatro dias.

O aumento do custo de vida é uma preocupação, com mais de metade dos jovens a acreditar que será muito difícil ou impossível constituírem uma família ou comprarem casa própria.

Para 44% da Geração Z e 31% dos Millennials um segundo emprego é uma realidade e, apesar de a principal razão ser económica, muitos fazem-no porque desejam prosseguir uma paixão ou passatempo além do seu trabalho principal.

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