Este grupo demográfico é o que mais está a crescer na força de trabalho nos EUA (e é surpreendente)

Um estudo recente do Pew Research Center conclui que a percentagem de norte-americanos sénior que trabalham quase duplicou desde 1987, revela a Forbes.

 

Embora alguns elementos da Geração X estejam a aproximar-se da idade da reforma e todos os Baby Boomers a atinjam antes de 2030, cada vez mais pessoas continuam a trabalhar nos seus “anos dourados”. Esta é a conclusão de um novo estudo do Pew Research Center, que mostra que um em cada cinco norte-americanos (19%) com 65 anos ou mais estava empregado este ano, quase o dobro da percentagem que trabalhava em 1987.

Talvez o mais surpreendente seja o facto de os trabalhadores com 75 anos ou mais serem o grupo que mais cresce na força de trabalho, de acordo com a análise. «Não é apenas o facto de existirem mais adultos sénior; é que há mais a trabalhar agora do que antes», diz Richard Fry, coautor e investigador sénior do Pew Research Center.

O alargamento de benefícios, principalmente destinadas aos colaboradores mais velhos ou programas de reforma faseada, são uma das razões pelas quais mais profissionais trabalham durante mais tempo, dizem os especialistas.

Os programas de reforma faseada permitem que os colaboradores sénior reduzam o seu horário de trabalho e ainda recebam parte do salário e benefícios. Cerca de 36% das empresas entrevistadas pela Mercer em 2022 disseram que já os disponibilizam. Outros estão a introduzir benefícios como uma licença remunerada para avós, como a Cisco, ou benefícios para a menopausa, como acesso a especialistas em saúde feminina, em empresas como a Microsoft.

Outros factores importantes por trás do boom de trabalhadores mais velhos incluem o facto de serem mais saudáveis e enfrentarem desafios financeiros cada vez mais acentuados. A inflação, os sistemas de pensões e os apoios sociais fazem com que os profissionais se sintam obrigados a trabalhar mais tempo, diz Richard Fry.

Alguns ainda trabalham porque precisam de ajudar os filhos e os netos, diz Loretta Barr, directora associada e coach de carreira da Korn Ferry. Ou estão a compensar imprevistos. «Quando a pandemia veio, muitas pessoas perderam o emprego de repente e tiveram de gastar as suas poupanças para a reforma para sobreviver», recorda.

O total de trabalhadores mais velhos na força de trabalho mais do que triplicou desde 1987, representando 7% de todos os salários pagos pelos empregadores dos EUA este ano, concluiu a análise do Pew Research Center.

Os profissionais sénior também ganham mais hoje e o gap salarial entre os mais velhos e os mais jovens diminuiu. Em 1964, os trabalhadores 65+ ganhavam apenas 19% do salário médio dos trabalhadores com idades compreendidas entre os 25 e os 64 anos, revela o Pew Research Center, porque trabalhavam menos horas ou tinham menos escolaridade. Hoje, o colaborador mais sénior recebe em média 80% do salário dos trabalhadores mais jovens. De acordo com a investigação, actualmente cerca de 44% dos profissionais mais velhos têm pelo menos um diploma, semelhante aos trabalhadores com idades entre 25 e 64 anos e acima dos 18% em 1987.

«Esse gap de escolaridade desapareceu e isso contribui, em parte, para o facto de os salários por hora [dos trabalhadores mais velhos] também aumentarem mais rapidamente do que os dos mais jovens», diz Fry.

Num outro inquérito de Março do Pew Research Center, os profissionais mais velhos relatavam o maior nível de satisfação no trabalho em comparação com os mais jovens. Dois terços dos trabalhadores 65+ afirmavam estar extremamente ou muito satisfeitos com o seu trabalho no geral – superior aos 55% entre os 50 e os 64 anos, 51% entre os 30 e os 49 anos e 44% entre os 18 e os 29 anos.

«Se os empregadores analisassem o profissional mais adequado para o trabalho, sem olhar para a barreira da idade, descobririam que existe uma grande força de trabalho que gostava de fazer aquele trabalho», alerta Loretta Barr.

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