Estudo identifica os principais riscos para o capital humano nas empresas

O estudo “Mercer Marsh Benefits (MMB) People Risk Report 2022” inquiriu 2.594 profissionais de Recursos Humanos (RH) e de risco em 25 países, incluindo Portugal, para registar as suas prioridades face aos maiores riscos de pessoas que as organizações enfrentam e os desafios existentes na mitigação desses riscos.

 

Defendendo que quando os profissionais de Recursos Humanos e gestores de Risco trabalham em conjunto é possível mitigar os riscos das pessoas associados às ameaças cibernéticas, alteração da legislação, segurança e futuro do trabalho, o estudo mostra que os riscos para a saúde e segurança são uma séria ameaça para as empresas de acordo com 87% dos inquiridos. A gestão da remuneração, benefícios e planos de reforma dos colaboradores está a tornar-se cada vez mais complexa e difícil e 59% não têm uma política de governance eficaz em matéria de seguros e benefícios.

Já a obsolescência das competências, onde as empresas lutam para desenvolver, adquirir ou manter as mesmas para a transformação digital ou gestão cibernética, é agora um risco para o topo das organizações, com um em cada dois líderes a acreditarem que a digitalização acelerada é importante.

O mesmo estudo mostra que a mudança na natureza do trabalho é agora o quinto maior risco, com 43% dos líderes a pensar que a sua proposta de valor para os colaboradores precisa de ser melhorada (ou não sabem quão eficaz é).

As organizações estão sob pressão dos clientes/consumidores, colaboradores e investidores para enfrentar as desigualdades, eliminar as disparidades e combater as alterações climáticas, mas uma em cada cinco organizações (20%) não têm um plano para promover a diversidade, equidade e inclusão.

Os resultados do “MMB People Risk Report 2022” revelam que todas as regiões vêem a cibersegurança e a privacidade dos dados como os seus principais riscos. Tanto a Europa como o Pacífico classificaram eventos catastróficos da vida pessoal como o segundo maior risco para as suas pessoas, seguido de perto pela Ásia e pelos Estados Unidos da América, regiões que classificaram este risco em quarto lugar no ranking geral.

O estudo indica ainda que uma das barreiras mais significativas para enfrentar o risco das pessoas é a dificuldade em mudar o comportamento pessoal. Mais de 2/5 (43%) das empresas afirmaram que a dificuldade de mudar o comportamento pessoal dos colaboradores é a principal barreira para enfrentar os riscos de saúde e segurança

Um número semelhante de empresas (39%) vê a mudança de comportamento pessoal (tal como a adaptação ao futuro do trabalho) como a maior barreira à atenuação dos riscos dos talentos. Um em cada três (36%) diz que o comportamento pessoal também dificulta a abordagem dos riscos sociais ambientais. Uma em cada três empresas também vê a falta de recursos qualificados para enfrentar os riscos como a principal barreira para enfrentar a digitalização acelerada e os riscos ambientais e sociais.

O estudo também indica que o custo crescente da saúde, protecção contra riscos e benefícios para o bem-estar é uma das 10 principais prioridades das empresas em todo o mundo e este desafio só será exacerbado pela crescente tensão que está a ser colocada sobre a saúde mental das pessoas, um problema salientado pelo estudo “Global Talent Trends” da Mercer, que constatou que 81% dos colaboradores se sentem em risco de esgotamento, um salto em relação aos 63% registados em 2019.

Agrupado em cinco pilares principais, o estudo avalia os riscos em matéria de saúde e segurança; governance e financeiro; aceleração digital; práticas de talento; ambiente e social, alertando que as organizações já não podem simplesmente reagir aos acontecimentos em curso. Pelo contrário, devem aproveitar as lições aprendidas com a pandemia e criar uma base sólida que lhes permita antecipar e mitigar os riscos.

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