Estudo revela que mais de 75% dos jovens universitários portugueses tem sintomas de ansiedade

Mais de 75% dos jovens universitários portugueses apresentam sintomas de ansiedade, sendo que destes, um em cada três demonstra sintomas moderados a graves. As conclusões fazem parte de um estudo internacional, que envolveu um total de dezassete instituições de ensino superior, sete das quais portuguesas.

 

A investigação, que contou com uma amostra portuguesa de 3143 respostas validadas, revelou ainda que 61,9% dos jovens têm sintomas depressivos, 38,5% moderados a severos.

Ainda assim, uma percentagem significativa (58,5%) revela não procurar ajuda profissional especializada devido ao elevado preço da consulta ou ao longo tempo de espera (50,2%), razão pela qual a maioria dos inquiridos (74%) opta por recorrer à conversa com um amigo, em caso de necessidade.

Margarida Tomás, professora da Escola Superior de Saúde Atlântica (ESSATLA) explica o que está na origem destes resultados e porque é importante cuidar da saúde mental dos jovens universitários. «Um dos primeiros aspectos a ter em consideração é a idealização que se faz em relação à Universidade, que deve existir, uma vez que se trata de uma fonte de oportunidades, desafios e desenvolvimento para aquilo que vai ser a nossa vida activa futura. No entanto, isso implica esforço e capacidade de aguentar algum do sofrimento inerente ao processo de aprendizagem, que passa por fazer algo que nunca fizemos ou pensar em algo que nunca havíamos pensado. Por outro lado, a Universidade advoga a competência de aprender a aprender, ou seja, a capacidade do estudante se autorregular e se disciplinar naquilo que são os passos que tem de dar para atingir os objetivos de aprendizagem e isso envolve responsabilidade e esforço por parte dos estudantes.»

De acordo com a especialista, «alguns dos estudantes não se sentem bem preparados quando ingressam no ensino superior. Significa isto que as capacidades de escrita, de leitura, de comunicação, de construção positiva dos seus sentimentos, de conseguirem raciocinar de forma crítica e tomar decisões de forma ponderada acabam por estar em défice quando entram para a Universidade e a universidade também tem os seus objectivos para atingir», o que pode potenciar a fragilização da saúde mental dos nossos jovens.

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