Estudo revela que o cálculo da remuneração já inclui desempenho em ESG na maioria das empresas

Os indicadores-chave de desempenho ESG – Environment Social Governance (Ambiental, Social e de Governance) são utilizados no cálculo da remuneração dos executivos na maioria das organizações abrangidas pelo estudo “Anchoring ESG in Governance” da KPMG.

 

E pouco mais de metade dos executivos utiliza-os para incentivos de curto prazo e dois quintos para incentivos de longo prazo.

O estudo, que inquiriu os Chief Sustainability Officers (CSO) de empresas internacionais, revela que quase todos dos CSO responderam que têm elevadas ambições para as suas estratégias em ESG, e cerca de metade percepcionam a sustentabilidade como um assunto estratégico que deve ser incorporado no core do negócio.

Para muitos inquiridos neste estudo, a descarbonização e a corrida para atingir o net zero é o tópico que mais vezes surge em primeiro lugar nas estratégias de ESG dos CSO, seguido dos temas de IDE (inclusão, diversidade e equidade) e de direitos humanos.

Cerca de 25% das organizações inquiridas neste estudo afirmou ter uma Comissão de Sustentabilidade ao nível do Conselho de Administração, ao passo que 20% das organizações discute o tema através de comités que abrangem outros tópicos, sendo o mais comum o Comité de Auditoria.

Este estudo revela também que o ESG é um tópico que está igualmente a entrar nos comités que tipicamente são centrados noutros assuntos como riscos, gestão, inovação, remuneração e cultura. A questão que é colocada actualmente a muitos líderes empresariais é quem deve tomar a decisão final em matérias de ESG, uma vez que esta está cada vez mais integrada na estratégia e nos objectivos de uma empresa.

O CEO é responsável pela sustentabilidade em quase metade das organizações inquiridas, sendo o CSO a segunda opção mais comum. Os restantes inquiridos revelaram uma grande variedade de funções que assumem a responsabilidade pelo ESG – desde o diretor da cadeia de abastecimento até ao director de risco.

A elaboração de relatórios de reporte sobre ESG tem sido geralmente um exercício voluntário, mas algumas geografias, como a União Europeia, têm vido a torná-lo obrigatório, através da sua Directiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (CSRD). Quase metade das organizações que participaram neste estudo planeia reportar de acordo com a CSRD para o seu ano financeiro de 2024, com quase 20% a planear fazê-lo um ano mais tarde.

Perto de 75% das organizações abrangidas por este estudo têm seis ou menos colaboradores a trabalhar a tempo inteiro na elaboração de relatórios não financeiros, e mais de metade tem três ou menos. Pouco mais de metade afirmou esperar um aumento deste número, enquanto a maioria das restantes prevê que os números se mantenham praticamente inalterados.

Os departamentos de sustentabilidade das organizações assumem a responsabilidade exclusiva pela elaboração dos relatórios ESG em mais de metade das organizações abrangidas por este estudo. A responsabilidade é partilhada por vários departamentos em mais um quarto das empresas, sendo que as respostas escritas sugerem que a maioria envolve tanto a sustentabilidade como a área financeira e algumas incluem também a área da comunicação.

Pouco menos de metade das empresas inquiridas por este estudo incluem tópicos ESG nos seus KPI (key performance indicators), e mais de um quarto inclui-os nas análises de desempenho ao nível da gestão.

Os indicadores-chave de desempenho ESG são utilizados no cálculo da remuneração dos executivos na maioria das organizações abrangidas por este estudo, com pouco mais de metade a utilizá-los para incentivos de curto prazo e dois quintos para incentivos de longo prazo.

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