Executivos de topo acreditam que a IA trará ganhos de produtividade superiores a 30%

A mais recente edição do estudo “Global Talent Trends” da Mercer, empresa do Grupo Marsh McLennan mostra que rápida evolução da IA generativa elevou a esperança de ganhos de produtividade dos colaboradores, com 40% dos executivos a preverem que a IA dará ganhos superiores a 30%.

 

Contudo, três em cada cinco (58%) acreditam que a tecnologia está a avançar a uma velocidade superior do que a capacidade de reconversão dos colaboradores, com menos de metade (47%) a acreditar conseguir satisfazer a procura deste ano com o seu actual modelo de talento.

Existem ainda desafios para encontrar um caminho sustentável para o futuro do trabalho. Três em cada quatro (74%) executivos estão preocupados com a rotação de talento e menos de um terço (28%) dos líderes de Recursos Humanos afirmam estar muito confiantes de que podem constituir um modelo de trabalho humano-máquina bem-sucedido. A chave para uma maior agilidade passa por adoptar modelos de talento baseados em competências, algo que as empresas de elevado crescimento já dominam.

Quase metade dos colaboradores diz querer trabalhar para uma organização da qual se possa orgulhar, sendo que algumas empresas estão já a priorizar os seus esforços de sustentabilidade e os princípios de “Good Work”. Dado que, em 2024, a remuneração justa (34%) e as oportunidades de desenvolvimento (28%) serão factores determinantes para a permanência dos colaboradores, as organizações são incentivadas a promover uma progressão mais rápida em matéria de equidade salarial, transparência e acesso equitativo a oportunidades.

Globalmente, os colaboradores afirmam que o sentimento de pertença os ajuda a sentirem-se prósperos, mas apenas 39% dos líderes de recursos humanos afirmam que as mulheres e as minorias estão bem representadas na equipa de liderança da sua organização, com apenas 18% a afirmarem que os recentes esforços de diversidade, equidade e inclusão aumentaram a retenção dos principais grupos de diversidade.

O estudo revela que três em cada quatro colaboradores (76%) já foram vítimas de discriminação em relação à idade. Uma vez que estes desafios se juntam à actual escassez de competências, é necessária uma maior atenção à inclusão e à satisfação das necessidades dos colaboradores, de forma a garantir que todos possam prosperar.

Os recentes investimentos na mitigação de riscos deram resultado, com 64% dos executivos a afirmarem que a sua empresa está preparada para desafios imprevistos, contra os 40% registados há dois anos. As preocupações a curto prazo, como a inflação, influenciam significativamente os planos trienais, no entanto, os riscos a longo prazo, como os riscos cibernéticos e climáticos, podem não estar a receber a devida atenção.

O mesmo estudo indica que construir a resiliência individual é tão crucial quanto a resiliência da empresa, com quatro em cada cinco (82%) dos colaboradores a afirmarem estar preocupados com a possibilidade de um burnout. Redesenhar o trabalho para o bem-estar interno é fundamental para mitigar este risco, com 51% das empresas de alto crescimento (com crescimento de receita de 10% ou mais em 2023) a afirmarem estar já a trabalhar nesse sentido, em comparação com apenas 39% dos seus pares de menor crescimento.

Mais de metade dos executivos (58%) receiam que a sua empresa não esteja a fazer o suficiente para motivar a adopção de novas tecnologias por parte dos colaboradores, sendo que dois terços (67%) dos líderes de Recursos Humanos partilharam a preocupação de terem implementado novas soluções tecnológicas sem transformar o trabalho.

A experiência dos colaboradores é a principal prioridade dos recursos humanos para 2024 – um enfoque valioso, dado que os colaboradores prósperos são 2,6 vezes mais prováveis de afirmar que a empresa promove experiências de trabalho que fazem sobressair o seu melhor.

Para satisfazer as expectativas organizacionais e dos colaboradores, 96% das empresas estão a planear uma reformulação funcional dos recursos humanos este ano, centrada na eliminação de silos e na liderança de formas de trabalho digitais.

Este ano, pela primeira vez, a Mercer recolheu as opiniões dos gestores de activos acerca do modo como a estratégia de talento de uma organização influencia as suas decisões de investimento. Quase nove em cada 10 (89%) consideram que o envolvimento da força de trabalho é um factor-chave para o desempenho da empresa e 84% consideram que uma abordagem “churn-and-burn” é prejudicial para o valor do negócio. Os investidores afirmam também que a promoção de um clima de confiança e justiça é o factor mais importante para a criação de um valor verdadeiro e sustentável nos próximos cinco anos.

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